terça-feira, 1 de março de 2016

AUTO-OBSERVAÇÃO DE SI MESMO

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Auto-Observação de si mesmo.

A auto-observação requer atenção voltada para dentro de nós mesmos. Onde estivermos, seja no trabalho, na rua, em casa, em qualquer lugar e ocasião a atenção deve estar voltada para dentro de nós mesmos com a clara intenção de nos auto-descobrirmos.
Não é possível eliminar nossos defeitos psicológicos se não os conhecemos de fato. Tenho dito, que  teremos que nos dividir em OBSERVADOR e OBSERVADO. É a Essência quem deve observar o ego. A essêci é a única coisa digna que carregamos dentro. Ela é a consciência-vontade puros. Ela é nossa alma livre do engarrafamento que o ego a submete. Nossa constituição interior é de termos 97% de consciência engarrafada pelos egos e 3% de essência livre, porém adormecida. Esclareço que somente a prática diária da meditação transcendental pode nos dar a conhecer através de experiência direta o que é a alma e o que é o ego. Mais a frente ensinaremos essa prática detalhadamente.
Agora, voltando àquela questão do OBSERVADOR E OBSERVADO… E como saberemos que é a essência quem está observando o ego? A questão se resolverá com o advento da própria prática.  No ato de nos esforçarmos para consegui-la. Esclarecemos que para conseguirmos a autêntica auto-observação de nós mesmos, necessitamos de um sentido que pertence à Essência. Quero me referir ao SENTIDO DA AUTO-OBSERVAÇÃO.

O sentido da auto-observação, ou sexto sentido, se desenvolve a medida que nos esforçamos em captar silenciosamente o exato estado interior em que estamos naquele momento. Por se tratar de um sentido atrofiado pelo desuso, temos que nos esforçar para consegui-lo desatrofiar. Que fique entendido que o esforço é volitivo e não mental (fantasioso). O sentido de auto-observação é um sentido da essência, e por ser um sentido ele simplesmente percebe, capta o ‘gosto psicológico’, por assim dizer, do estado interior em que estamos naquele exato momento. Da mesma maneira que a mente não interfere na audição, por exemplo, não interfere também no sentido de auto-observação; o som adentra ao ouvido, assim como o estado interior é captado pela alma, ou essência. Na verdade durante o trabalho de auto-observação e posterior eliminação de nossos defeitos psicológicos, não é necessário rotular, qualificar, nem mesmo sofrer por o ter descoberto; apenas é necessário conhecê-lo tal qual ele é, conscientizando-nos de que ele é indesejável, ou simplesmente de que está fora de lugar, e em seguida, assim, rapidamente, passamos a eliminá-lo. A seguir ensinaremos todo o processo da eliminação, que também é chamado de decapitação. A alma está mais além da mente. Ela observa inclusive a mente. A alma é o silêncio inteior profundo. É um rio que corre insessantemente.
Como temos dito em lições anteriores, no esoterismo a continuidade de propósitos é indispensável. Entendemos que devido a atuação dos egos, os quais são a própria volubilidade de idéias e vontades,  existe dentro de nós a tendência à inconstância de propósitos. Porém quero entregar-lhes agora o poder que é a vontade. Ela é para uso da essência e deve ser tomada de assalto aos egos, com seus desejos sem fim. Enfim, empunhem a vontade, pois ela é para o uso de cada um de vós conscientemente.
A AUTO-OBSERVAÇÃO É A BASE DE TODO O TRABALHO ESOTÉRICO. É O PRIMEIRO PASSO EM DIREÇÃO AO ESOTERISMO.
            Portanto, esforcem-se em aprendê-la integralmente.
O ser humano é um homúnculo tricentrado por natureza. Podemos dizer que ele é tricerebrado. Desta maneira podemos ver pessoas mais intelectuais, outras mais passionais e um terceiro tipo mais instintivas. Porém, isso não tem a menor importância para nós. O gnóstico procura compreender (captar com a alma) cada um dos seus eus, os quais ora se manifestam com maior intensidade no centro intelectual, ora no emocional, ora no instintivo-motor-sexual. Isso quer dizer que devemos manter nossa atenção voltada em tempo integral a estes três centros da máquina humana.
Os egos em geral atuam nos três centros ao mesmo tempo. Por exemplo, a luxúria normalmente se manifesta na mente como um ideal, no coração como se fosse amor verdadeiro, mas no centro sexual manifesta-se como uma morbosidade inconfundível para o auto-observador experiente. Por isso devemos manter a nossa atenção nos três centros ao mesmo tempo e nos esforçarmos para mantê-la em tempo integral.
Outro exemplo interessante é a maneira como muitas vezes o centro intelectual tende a atuar. Há alguns agregados psíquicos que se manifestam com grande intensidade em algum dos centros, mas ainda não tem pensamento próprio consciente (digo que ele não tem pensamento consciente, pois qualquer desvio da consciência traz muitas e muitas conseqüências a nossa maneira geral de pensar, além de, não obstante, serem eles mesmos, muitas vezes, conseqüências dos valores mentais que damos às coisas). Quero dizer que ao levarmos esse tipo de defeito em bruto, ou seja, sem levarmos em conta suas infinitas ramificações, ao intelectual, o ego tende a justificá-lo, bolando uma teoria qualquer, comprada ou inventada na hora. Dei apenas alguns exemplos, pois o mundo da auto-observação é um mundo individual que cada qual deve explorar. Que fique bem claro, cada um deve explorar o seu interior e não o dos demais. O que se aprende com a auto-observação é intransferível, pois não há meios de fazê-lo e é extremamente desnecessário racionalizar tudo, mesmo o que disse linhas acima deve ser observado dentro de cada um de vós. A isso chamamos compreender. Compreender é diferente de raciocinar. A compreensão é direta, quase intuicional, e advém da observação. Deste modo, o conhecimento de si mesmos é questão de pura experiência direta. Tomemos muito cuidado neste ponto em particular, pois alguém pode dizer que já conhece seus defeitos, que sabe que tem preguiça, por exemplo, mas será que ele a conhece de fato? Somente podemos dizer que conhecemos algo se a observamos longamente e por todos os lados possíveis. Assim acontece com os nossos egos. Devemos observar as muitas manifestações de preguiça que possuímos. Como ela atua na mente? Como ela atua no coração? Como ela atua no mundo das volições? Como ela atua no corpo físico? Todos os minúsculos detalhes de passividade, não terão o gosto psicológico assemelhado ao da preguiça? Somente pode dizer que conhece algo aquele que vivenciou esse algo. E assim definimos o que é conhecimento interior.
Normalmente os estados interiores são um amalgamado de muitos defeitos. Às vezes fica muito difícil de destrinchá-los. E isso é importante, pois esse defeito grande somente vai sumir se compreendermos todos os detalhes que o compõem e passarmos a trabalhar em separado com cada um deles a toda hora que eles se manifestarem diminutamente, pedindo a sua eliminação. Assim, avançam muito rápido aqueles que aproveitam as crises interiores para se auto-descobrirem. Existem dois aspectos nesta questão que devemos elucidar. O primeiro refere-se à reflexão. Em momentos de crise devemos utilizar a faculdade da reflexão serena, nos moldes mencionados na lição anterior. Ou seja, não podemos cair no batalhar das antíteses. A reflexão é uma faculdade da alma e como tal pressupõe um coração tranqüilo. Deste modo, durante a reflexão vamos adentrando em nosso mundo interior, observando tudo que se passa, ou se passou durante o momento da crise, captando os estados envolvidos, e em caso de falta de entendimento e compreensão imediata, devemos orar a  Deus para que nos dê sabedoria. O segundo aspecto do qual falávamos é a não identificação com o problema. Vamos ter que detalhar bastante esse ponto, pois ele é muito importante.
Normalmente andamos fascinados com tudo e com todos e não nos damos conta de nós mesmos, ou seja, nos esquecemos de nós mesmos. Devemos sempre nos recordar de nós mesmos. Quero dizer com ’recordação de si mesmo’, que devemos ter a atenção sempre voltada para dentro de nós. Recordar-se de si mesmo quer dizer que devemos nos recordar do nosso trabalho interior, de que somos a alma a observar o ego, se utilizando do maravilhoso sentido da auto-observação. Ou seja devemos nos identificar com a alma em seu trabalho sobre si mesmo e não jamais com as coisas da personalidade, do mundo exterior, com os nossos problemas de dinheiro, saúde, família, ou o que seja. Tudo isso passa, tudo passará, menos o conhecimento interior e a auto-realização íntima. Como disse o Mestre Rabolu em seu maravilhoso livro ‘A Águia Rebelde’, á natureza mesmo, não lhe convém que nós nos liberemos. Por isso ela nos põe brinquedos para que fiquemos fascinados e esquecemos de nossa auto-realização íntima. O mais natural é que nos coloquemos a nos identificar com as coisas exteriores e nos esquecemos de nós mesmos. Portanto, o esforço no sentido de nos auto-observarmos com o propósito de auto-conhecermos deve ser constante. E deste esforço nascerão todas as gemas da alma que se chamam virtudes. Morre o ódio, nasce o amor. Morre a preguiça, nasce a atividade. Etc. Etc. Etc.
Pois se completam. Esclareço que para poder existir a auto-observação deve haver antes a não identificação, seja com os estados interiores equivocados que se levantam mecanicamente dentro de nós mesmos em reação mecânica a um evento exterior, tampouco não devemos nos identificar, ou melhor, ficarmos fascinados com as coisas exteriores que a mente tende a dar valor positivo ou negativo, quando na verdade tudo passa. Como diria o sábio escritor de Eclesiastes: “tudo é vaidade e vento que passa”. A mente é que tem por hábito dar valor a tudo. Assim, compreenderão agora o real significado da estrofe do Cristo, quando disse “é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino dos céus”. O rico desta estrofe somos todos nós que deixamos a mente dar valor a tudo exterior, e não deixamos a essência ver as coisas como realmente elas são. Nestas horas, se sentirdes tentados a se fascinarem, lembrem: qual é o primeiro mandamento? Quem respondeu amar a Deus sobre todas as coisas, acertou. Portanto, lembrem-se que o trabalho sobre si mesmo é mais importante do que tudo, pois o que ele oferece é mais valioso do que tudo. De fato, quem acha a Sabedoria e a imortalidade, conquistou de fato o maior tesouro. Esse trabalho esotérico, não o fazemos para nós mesmos, pois os egos todos de vaidade, entre outros, tem que morrer. Esse trabalho esotérico sobre nós mesmos, nós o fazemos para Deus. Nós morremos, Ele nasce em nós.
Temos falado sobre a auto-observação, mas ela sem o segundo passo é completamente estéril. Quero me referir à eliminação do defeito observado. Para semelhante tarefa necessitamos de um poder superior ao da mente, pois ela somente poderia dar um novo valor ao observado, reclassificando-o. Ou seja, a mente não tem o poder de eliminar, de reduzir a poeira cósmica tal defeito. O poder a que nos referimos aqui é Fogo Sagrado, nossa Divina Mãe Kundalini, Serpente Ígnea de nossos mágicos poderes. Ela como poder serpentino tem a alcunha de eliminar qualquer defeito psicológico de nosso mundo interior. Quero esclarecer que o trabalho com a Alquimia, o segundo fator nascer, faz com que esse poder vá aumentando gradativamente, tornado-o capaz de eliminar os defeitos mais fortes.

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