terça-feira, 9 de agosto de 2011

SEXOLOGIA


A energia sexual no ser humano tem duas funções principais: a geração e a regeneração. Nós os gnósticos nos ocupamos principalmente com o labor ‘regeneração‘.

            Como constatou Sigmund Freud “ o sexo em si é o centro de atividade de todas as atividades humanas“. Em volta do sexo giram todos os aspectos sociais da vida. Vejamos, por exemplo, um baile, uma festa, em volta do sexo gira toda ela. Num café gira tudo ao redor do sexo.
            Não obstante, a questão sexual tem sido pedra de tropeço para muitos e no geral, para cada individuo em particular, essa questão do amor e do sexo é um dilema.
            Durante os últimos períodos da história, nos referindo ao senso comum, o sexo ora foi considerada como tabu, ora com extrema leviandade. Ora desprezado, ora saciado vorazmente. Quando na verdade o sexo é a questão chave. Ele é o portal que tanto nos pode conduzir para cima ou para baixo.
            “Em verdade o sexo está no fundo de todas as religiões do mundo”.
            Toda a questão sexual reside na maneira como cada qual vivencia o sexo. E esse é o ponto crucial, onde ele, o sexo, se torna nossa porta de entrada, ou de saída. Podemos dizer que o homem é o resultado das mudanças da sua própria energia sexual, ou energia criadora. Essa energia é muito poderosa, nobre e sutil. A mais poderosa e sutil que possuímos. E, normalmente nós não damos o valor merecido a ela, simplesmente a vivenciando de forma mais ou menos inconsciente.
            Falando sem rodeios, diremos que o deleite é sim um prazer legítimo do homem, porém, não obstante, os devotos devem ser castos. Parece contraditório, não é!? De fato, não é... Houve um segredo, um modus operand, que esteve velado para o vulgo por séculos e séculos e agora com o advento da era de aquário podemos desvelá-lo. Esse é o ponto de equilíbrio, a razão, a base da auto-realização do Ser... Neste capítulo entenderão a fundo toda esta questão sexual e, então, tornar-se-á claro aquilo que um dia foi incompreensível.

            Podemos dividir a sexualidade em três níveis: INFRA-SEXO, SEXO NORMAL e SUPRA-SEXO.

Infra-sexualidade

            Por sua vez a infra-sexualidade é subdividida em dois extremos. Ou seja, aqueles que abusam do sexo e aqueles que rechaçam o sexo. Usando terminologia esotérica diremos que à esfera de Nahemah pertencem os fornicários; aqueles que abusam do sexo; as prostitutas; os sedutores, Casanovas, Gurus que seduzem suas devotas dizendo que vão praticar magia sexual com elas, quando apenas trata-se que questão de satisfação de desejos; as paixões fatais; etc, etc, etc. À esfera de Lilit pertencem os homosexuais; os masturbadores; os estupradores; aqueles que odeiam o sexo oposto; o sutil ódio ao sexo oposto dos tipos ‘Dom Juans’, que defraudam a mulher, violando-as com a cópula única, também se encaixam nesta esfera; os castradores (que cometem pecados contra a natureza); as mulheres que tomam anticoncepcionais, além de quem as incentiva, ou incentiva as esterilizações; os celibatários; sado masoquistas, etc.; bem como todos aqueles que rechaçam o sexo oposto... Todos estes estão indo contra a natureza da ‘Mãe Divina‘ e terão que inevitavelmente, a menos que se corrijam, adentrando na esfera luminosa da supra-sexualidade, passar pela fatal ‘morte-segunda’. Aqui não estamos falando de homofobia ou de preconceito, estamos falando de fatos. E fato é que aqueles que quiserem praticar magia sexual (o segundo fator - nascer) de acordo com os preceitos da Loja Branca terão que eliminar de suas psiques todos os ‘eus’ relacionados ao homossexualismo e ao celibatarismo e passarem a gostar, naturalmente, do sexo oposto, pois somente é possível despertar positivamente Nossa Serpente Sagrada, Divina Mãe Kundalini, quando nossos corpos, mentes e almas estiverem equilibrados e aprendermos a amar verdadeiramente o sexo oposto.
            Nahemah é a “MÃE dos ADULTÉRIOS”
            Lilit é a “MÃE dos ABORTOS”
            Na esfera de Nahemah estão os eus da vaidade, do orgulho, da fornicação; os festins, as bebedeiras, as orgias, as belezas que inebriam, as virgens sedutoras, as bigamias, os adultérios.
            Na de Lilit, os crimes mais bárbaros que estampam as crônicas policiais: estupros, lavagem de honra com sangue, infanticídios, etc.

Sexualidade Normal

            Versando agora sobre a sexualidade normal vamos primeiramente dar algumas explicações sobre as bases das relações dos casais em geral, chegando até os motivos das separações e dos adultérios, para depois conceituá-lo.
           
            O ser humano, como dissemos em lições anteriores, é animado por cinco tipos de energias distintas, cujas sedes são vórtices de energia. Os cinco centros da máquina humana são o sexual, o instintivo, o motor , o emocional e o intelectual. Deste modo, podemos dizer que cada pessoa, homem ou mulher, tem cada um destes centros girando em sentidos e velocidades distintas, ou melhor diremos, todos nós possuímos desequilibrados em maior ou menor grau e para um ou outro lado cada um dos nossos centros. Assim, encontrar duas pessoas que pensem à semelhança e na mesma velocidade já é difícil, pergunto: quanto difícil seria encontrar pessoas com os cinco centros acordes? Creio que já devem ter notado aonde quero chegar. Queridos amigos, a maioria dos casais não se complementam nos cincos centros. Assim, alguns se complementam no mundo sexual e instintivo, mas não nos centros motor, emocional e intelectual; outros se complementam no mundo intelectual, mas não no instintivo e assim por diante. Essa é infelizmente a principal causa dos descontentamentos e dos posteriores adultérios. Por outro lado, quero dizer que a complementação dos cincos centros formam casais relativamente felizes, porém com a condição de que seus temperamentos também sejam acordes. Não vamos nos aprofundar nesta questão dos temperamentos, tampouco falaremos mais na velocidade dos cinco centros. Daremos, agora, ênfase às paixões e ao desejo que são problemas fundamentais na busca pela felicidade, verdade e amor.

            Deixemos bem claro que estamos nos referindo à sexualidade normal. Isso é, ao relacionamento das pessoas comuns e correntes, ou seja, aquelas pessoas que não tomaram a rédea de suas vidas e continuam vítimas das circunstâncias; aqueles que não iniciaram um trabalho sério sobre si mesmos e que não buscam a verdade.

            Muitos e muitos erros de precipitação na escolha dos pares acontece por conta da ação do desejo e da paixão.
            O desejo é um fenômeno normal em todos os seres humanos, porém o erro é deixar ele tomar as decisões. O desejo não é sábio. Ele simplesmente está ali, porque é uma força da natureza. Inegavelmente ele é uma poderosa energia que deve ser, no entanto, domada para um uso sábio. A força instintiva de atração entre machos e fêmeas é grande, mas não é tudo. Os casais que se deixam levar pelo desejo sem conviverem antes o bastante para saberem se as partes se complementam nos cinco centros e nos temperamentos tendem a cometer erros que per si produzem dor. O desejo é representado pela fome que não se extingue ou pelo cão próximo a uma fêmea no cio separados por um portão. Para o cão, nestes instantes, aquela é o par ideal sem dúvida nenhuma. O mesmo acontece com os humanos que se deixam levar pelo desejo. O desejo, não obstante, pode ser igualmente representado como um cão  enorme quando está metido dentro de uma pessoa sábia, porém totalmente domado e a serviço de seu dono, na grande maioria do tempo fica sentado calmamente, esperando a voz de comando. Aqui tem sabedoria... Deste modo, os relacionamentos mais completos, dentro do mundo da sexualidade normal, são aqueles cujos pares não limitam suas relações ao campo do desejo, ou seja, são aquelas relações que transcendem o instintivo e o sexual e atingem a complementação no mundo dos movimentos, das emoções ,dos pensamentos e das vontades.
            Hoje em dia, muito infelizmente, temos em grande difusão o material pornográfico, que por si só, tende a limitar os relacionamentos apenas ao mundo sensual, o que agrava bastante a compreensão das pessoas ante à complexidade e amplitude dos relacionamentos entre homem e mulher.   
            As paixões, outra grave pedra de tropeço para a concretização de um harmônico relacionamento, são criações mentais que levam a pessoa a tirar seu centro de gravidade de dentro dela mesma, para pousar no outro. Não raro o apaixonado inventa sua própria paixão, embora sua principal característica seja a de limitar o indivíduo à valores mentais preestabelecidos e à questões de personalidade. E o apaixonado sofre antes de consumar a paixão, por ficar desmagnetizado, devido precisamente a gastar muita energia criadora inutilmente; sofre durante, por que os atos da pessoa não são exatamente os quais ela gostaria que fossem; e depois da paixão, pelo desencanto. E logo suas próprias carências afetivas vão inventar outro par ideal ou simplesmente supervalorizar pontos da personalidade de outro. Apenas uma pequena reflexão. Se uma pessoa não conhece nem a si mesmo, como poderá saber o que a complementa, aquilo que a faria feliz de verdade? O amor verdadeiro transcende muito as fronteiras da personalidade e da mente. Amor e paixão não tem nenhuma relação entre si. O inevitável carma daqueles que vivem de paixão em paixão é nascer com sua máquina despolarizada, ou seja, nasce um invertido.

            Muitos e muitos casais adquirem matrimônio de maneira precipitada por causa do desejo ou da paixão e sofrem e fazem sofrer. Alguns chegam a dizer que perderam sua individualidade, simplesmente porque seus pares não se completam e acabam por travar verdadeiras batalhas muitas vezes em pontos inconciliáveis, seja mental, emocional ou como conseqüências de graves defeitos psicológicos recorrentes. Porém, essa compreensível sensação de insatisfação no matrimônio não é de maneira nenhuma verdade. Daí tiramos uma questão importante: como pode alguém dizer que perdeu sua individualidade se o ser humano atual não tem individualidade alguma? Os egos são a desordem, o equívoco, os valores mil; eles são multiplicidade absoluta, conflitantes muitas vezes dentro de nós mesmos. Observem, pois, o que amiúde nos ocorre: ora queremos uma coisa, depois não mais a queremos; ora pensamos assim, ora é o oposto que nos convém; ora juramos de pés juntos amor eterno à Amélia, na semana seguinte amamos já a Teresa. Etc. Não somente para estas pessoas, como para todos nós, valerá mais a pena nos auto-observarmos a fundo com o propósito de nos descobrirmos e em seguida eliminarmos nossos infinitos defeitos psicológicos, pois esses sim, são as verdadeiras causas dos nossos sofrimentos.

            Muitos hoje em dia têm confundido a liberdade com o poder de dar vazão a todos os seus desejos, quando a verdadeira liberdade é não ser escravo de desejo algum. Liberdade é saber atuar conscientemente; cônscio antes, durante e das conseqüências do ato. Ser livre é ter domínio total de si mesmo, da própria mente e empunhar a vontade-consciência. A Liberdade somente a conhecemos de forma direta na ausência do ego.

            Como temos visto, o casamento sem a complementação dos cinco centros por si só já gera muitos problemas. Somado a isso está o simples e lastimável fato de que muitos se casam hoje em dia apenas para terem um lugar seguro para satisfazer os seus desejos sexuais; também pudera, com os meios de comunicação em geral veiculando incessantemente que devemos ser escravos dos desejos, juntamente com a quantidade enorme de material sensual e pornográfico, as pessoas tendem a limitar as relações ao instintivo-sexual, conforme já explicamos. A conseqüência inevitável do casamento baseado na consumação do desejo passa pela questão dos efeitos do abuso do sexo. O que vamos explicar é uma questão meramente do mundo dos fenômenos, porém, se mal compreendido, pode nos levar à sofrer. Fisicamente dois corpos quando se excitam demasiadamente ficam hipersensíveis e acabam por criar uma sensação de estresse, que culmina com a aversão. Hoje em dia nos dizem que tudo em excesso é bom, mas insisto em dizer que o equilíbrio é sempre melhor. A “pausa magnética criadora” é fundamental para o equilíbrio sexual do casal. Falaremos mais a respeito disso na lição 19. Mas, o vulgo que simplesmente abusa do sexo, ao não querer se dar conta desta pausa mínima necessária e insiste em efetuar nova cópula sem as condições perfeitamente adequadas de magnetismos entre os corpos e força o organismo, por causa da atuação de qualquer tipo de ‘ego’, acaba por criar uma atmosfera belicosa e explosiva no casal, gerando futuras brigas, apatias, aversões e impotências. É bastante normal hoje em dia que o casal em desequilíbrio deste tipo, procurem o auxilio dos métodos da sexologia moderna, que normalmente são infra-sexuais, e acabem por iniciar, infelizmente, sua senda no caminho da infra-sexualidade em definitivo. Aliás, esse é o caminho natural daqueles que estão hoje em dia no mundo da sexualidade normal, a menos que entrem no caminho da regeneração; isso se dá, pois ao longo da mecanicidade das existências, o organismo fatalmente se degenera, fazendo com que problemas, para mais ou para menos, inevitavelmente apareçam.
            Todas estas questões relacionadas aos relacionamentos parecem ser incompreensíveis para o vulgo. Eles vivem por que tem que viver e sofrem sem saber por quê. E é justamente neste ponto que estamos prontos para ingressar no tema da SUPRA-SEXUALIDADE com seu “Matrimônio Perfeito”. Antes, no entanto, vamos cumprir nossa promessa e definirmos a sexualidade normal. Sexualidade normal pode ser definida como a união sexual sem nenhum tipo de conflito, sem trava, medos ou exageros. Para tentar deixar mais claro, no entanto, esse assunto, vamos reproduzir um trecho de uma palestra do V.M. Samael Aun Weor:


“O que se entende por sexualidade normal? Entende-se por sexualidade normal, a atividade sexual que conduz, então, à reprodução da espécie...

... A sexualidade normal, em si, é bonita. Une-se o homem à própria mulher, amam-se, reproduzem a sua espécie, vivem uma vida mesurada, etc. Vivem, isso sim, de acordo com os interesses da natureza, de acordo com a economia da natureza.

     (Cada um de nós, somos uma maquininha -e isso não podemos negar- que capta determinadas espécies e subespécies de energia cósmica. Cada maquininha, ou seja, cada um de nós, depois de captar essas classes de energia cósmica ou universal, transforma tais energias automaticamente, subconscientemente e as retransmite às capas interiores da terra. Assim, pois, a Terra é um organismo vivo, um organismo que vive de nós.

     Não pretendo dizer-lhes com isso que as plantas não cumpram igual função; é claro que cada planta, segundo à espécie, capta tais ou quais classes de vibração cósmica, que depois transforma e retransmite às capas interiores da terra.

     Com relação aos organismos dos animais, acontece a mesma coisa. Eles captam tais ou quais classes de energias que transformam e retransmitem às capas interiores do organismo planetário. Em conclusão, a Terra é um organismo vivo.)

     Nós nos reproduzimos incessantemente com a sexualidade normal, isso é necessário para a economia da natureza. Além disso, o desfrute sexual é um desfrute legítimo do ser humano, não é um crime, não é um delito como supõem muitos insensatos, muitos mentecaptos, muitos pietistas, etc. Porém, hoje por hoje, nós com a nossa sexualidade normal vivemos de acordo com os interesses econômicos da natureza."

Para sermos um pouco mais severos com os significados dos conceitos, diremos que sexo normal hoje em dia basicamente não existe entre os seres humanos. Posto que o poder de criar conscientemente fatalmente se perdeu há muito tempo.


SUPRA-SEXUALIDADE
           
            A supra sexologia pode ser primariamente definida como o sábio uso da energia sexual. Nesse ato maravilhoso, que para o sábio remonta o Fiat lux  do primeiro instante, ou seja, o reencontro com as Forças primogênitas da Criação, o homem primeiro se regenera maravilhosamente, depois recria a si mesmo (renasce) e finda por fusionar-se com o SER. Porém isso somente é possível quando se tenha morrido em si mesmo. Morrendo o homúnculo racional, ou seja, eliminando nossos vícios e valores toscos (o ego), conforme temos ensinado, abriremos caminho para que a alma produza o renascer do homem autêntico, do homem-anjo, mediante a prática do segundo fator de revolução da consciência, o nascer, cujo método vamos ensinar detalhadamente em lições futuras. Lembremos que o objetivo da “Grande Obra” é tirar o centro de gravidade do ego, eliminando-o, e passá-lo para a alma, para o Ser.

 (isso quer dizer que nunca nos podemos esquecer de nós mesmos - prática da “recordação de si“. E que fique claro: nós somos a alma e não o ego - “Ser ou não Ser? Eis a questão“. Porém, esse é um processo longo. Não obstante, é o que nos cabe fazer a cada instante, ou seja, devemos buscar a paz dentro do nosso coração tranqüilo, posicionando nossa mente aqui e agora e, mediante o sentido da auto-observação, observar e eliminar nossos estados equivocados de consciência, a que temos chamado de ‘ego’. A prática da meditação, conforme temos dito, é fundamental para o conhecimento deste estado de consciência com o centro de gravidade definitivamente na alma,a que chamamos ‘recordação de si’).

            E assim como nós, homens nascidos da mulher, nascemos do sexo, não poderia ser diferente o nascimento do homem-anjo, do homem perfeito, ou seja, renascemos em nós mesmos através do sábio uso do sexo. Atentem bem a este trecho tirado da Bíblia:

“Havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: “Mestre, sabemos que vieste de Deus para nos ensinar. Ninguém pode fazer esses milagres que fazes, se Deus não estiver com ele.” Jesus replicou-lhe: “Em verdade, em verdade, te digo, quem não nascer do alto, não poderá ver o reino de Deus.” Nicodemos perguntou-lhe: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer?” Respondeu Jesus: “Em verdade, em verdade te digo, quem não nascer da água (do sêmem) e do Espírito (do Ser) não poderá entrar no reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te maravilhes que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer do alto. O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes donde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito.” Replicou Nicodemos: “Como se pode fazer isso?” Disse Jesus: “És doutor em Israel e ignoras estas coisas!... Em verdade, em verdade te digo, dizemos o que sabemos, e damos testemunho do que vimos, mas não recebeis o nosso testemunho. Se vos tenho falado das coisas terrenas e não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu. Como Moisés levantou a serpente no deserto (a Kundalini), assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo o homem que nele crer tenha a vida eterna.”

            O “sexo sagrado” dos homens santos somente é possível com o advento do MATRIMÔNIO PERFEITO. Jesus, Buda, Hermes, Conde Saint Germain, Moisés, entre muitos outros, todos foram absolutamente supra-sexuais. Não é possível entrar no reino dos céus sem o sábio uso das energias sexuais, sem a “MAGIA SEXUAL“, o sexo yoga. Devemos converter o sexo em uma forma de oração maravilhosa e divinal. As chaves do Reino dos Céus quem as porta é Pedro, a ’pedra’. Bem é sabido que simbologicamente entre os alquimistas a pedra é o símbolo do sexo. Todas as simbologias do Santo Graal, do elixir da longa vida, da mescla dos metais alquímicos, da cruz, do Tao, do ying e yang, etc. nos levam em última síntese à sábia união entre homem e mulher, ou seja, ao sexo.

            A magia sexual é algo muito difícil de se conseguir, pois requer o contato com nossa pureza interior profunda, requer, ainda, força de vontade suprema e o conhecimento e domínio completo da técnica correta. É uma busca paciente, mas definitiva. Ela nos proporcionará, no entanto, saúde, regeneração e a palavra de passe para entrarmos no reino dos Céus. Somente aqueles seres capazes de encontrar o amor verdadeiro obterão êxito nestas práticas. Mas isso não quer dizer que todos nós não tenhamos que começar do zero, pois se aguardássemos sermos mais puros para iniciarmos essa prática, ninguém de fato a começaria. A magia sexual com sua transmutação das energias sexuais, nos proporcionará a regeneração física, psíquica e anímica e nos despertará o “FOGO SAGRADO“. O FOGO SAGRADO,   ou seja, NOSSA DIVINA MÃE Kundalini quando desperta, nos confere o poder necessário para eliminar radicalmente nossos defeitos psicológicos mais arraigados; assim, caminha muito mais rápido o casado no processo de aniquilação do ego, do que o solteiro; sem mencionar que somente se chega a despertar os poderes da alma e a unir-se com Deus, aqueles que praticam magia sexual.

            O matrimônio perfeito é conseguido apenas pelas grandes almas e vai muito além da complementação dos cinco centros da máquina humana. Lembram-se que dissemos linhas acima sobre a velocidade dos cinco centros, relacionando-o com a felicidade no matrimônio? Pois bem, agora é hora de detalhar bem essa questão fundamental para o entendimento adequado da supra sexologia.
            “Somente encontra o amor aquele que eliminou de sua psique todo o egoísmos, toda a ira... ou seja, aquele que morreu em si mesmo.”

A complementação dos cincos centros é uma questão meramente mecânica, mecanicista. A supra sexologia, por sua parte é uma questão de revolução, ou seja, ultrapassa e muito a mera procura exterior. O matrimônio perfeito de que temos falado aqui vai além em demasia do encontrar um par que nos complemente nos cinco centros de energia. Ora, não é possível sermos felizes enquanto não sejamos sábios e não tenhamos encontrado o verdadeira amor. Isso fica evidente se dissermos que dois ladrões, por exemplo, que se complementem nos cinco centros como casal marido e mulher, ainda assim podem não ser felizes; isso se dá, pois a infelicidade brotará justamente de seus próprios egos, uma vez que tenderão a passar a perna e a cobiçar as qualidades um do outro, por exemplo; sem contar a própria infelicidade que brota do eterno desejar que produz os ‘egos’ de per si. Queremos dizer com esse simplório exemplo, que somente conseguirão estabelecer um matrimônio perfeito, dois seres que busquem a verdade, a justiça e o verdadeiro amor. Os cinco centros sendo mecânicos, estão em movimento, mudam, e assim sendo, para aqueles que iniciam um trabalho sério sobre si mesmos, tendem a equilibrarem-se lhe todos os centros. Assim, aqueles que limitam o matrimônio a encontrar o par que lhe corresponda nos cinco centros, não podem mudar nunca e isso é absurdo! A verdade não a possuímos, é uma questão de busca, o que nos obriga a mudarmos radicalmente. Se ambos buscam a verdade, a justiça e o verdadeiro amor, se encontrarão plenamente no futuro.
            Formulemos o seguinte conceito: o matrimônio perfeito é conseguido dentro de nós mesmos, através da busca interior profunda, o que requer tenacidade, paciência infinita e, sobretudo, o conhecimento e vivência real daquilo que se chama amor, compreensão, respeito e sabedoria, culminando com nossa união com Deus, o que nos trará a verdadeira felicidade eterna e abrasadora. A verdadeira felicidade está na nossa própria relação com Deus. O casamento das almas-gêmeas É o casamento da Alma Humana com a Alma Divina, que ocorre durante a GRANDE OBRA, dentro de nós mesmos. Aprender a buscar o amor dentro de nós mesmos é fundamental, se realmente quisermos adentrar no caminho do matrimônio perfeito. O sábio ama as flores, as pedra, a criação e também ama profundamente sua divina esposa. O matrimônio perfeito é a união de dois seres, onde um ama muito e o outro ama melhor. Transcreveremos para um melhor entendimento de todos o capítulo intitulado ‘O Amor’ do livro “O Matrimônio Perfeito” do V.M. Samael:

“Deus, como Pai, é SABEDORIA, Deus, como MÃE, é AMOR.
Deus, como Pai, reside no olho da Sabedoria. O olho da SABEDORIA se acha situado no entrecenho.
DEUS, como AMOR, acha-se no TEMPLO-CORAÇÃO.
SABEDORIA e AMOR são as duas colunas torais da GRANDE LOJA BRANCA.
AMAR, quanto é belo amar! Somente as grandes almas podem e sabem AMAR. O amor é ternura infinita... O amor é a vida que palpita em cada átomo. Como palpita em cada sol.
O Amor não pode ser definido, porque é a DIVINA MÃE DO MUNDO; é isso que advém a nós quando realmente estamos enamorados.
O AMOR é sentido no fundo do coração; é uma vivência deliciosa; é fogo que consome; é vinho divino, delírio daquele que o bebe...
...
... O matrimônio perfeito é a união de dois seres que, verdadeiramente, SABEM AMAR.
Para que haja verdadeiramente amor, é necessário que o homem e a mulher se adorem em todos os sete GRANDES PLANOS CÓSMICOS.
Para que haja AMOR, é necessário que exista uma verdadeira comunhão de almas nas três esferas do PENSAMENTO, SENTIMENTO e VONTADES.
Quando os dois seres vibram afins em seus pensamentos, sentimentos e volições, então o Matrimônio Perfeito se relaiza nos sete planos da Consciência Cósmica.”

(comentário: como temos dito, o ser humano é tricentrado, tricerebrado. Deste modo, diz o V.M. Rabolú, que para um gnóstico, serve uma gnóstica. Isso não quer dizer que se vá a casar com a primeira ou primeiro que apareçam. Têm que se conhecer, se admirar, que se tenham afeto é claro, não direi que se amem, pois o verdadeiro amor é inteiramente desconhecido para nós, e somente advirá com a eliminação do ego. Como dizíamos meus amigos de curso: “para um diabo, combina uma diaba“...)
...
“O matrimônio que se realiza sem amor, unicamente sobre bases de interesse econômico ou social, é realmente, um pecado contra o ESPÍRITO SANTO. Essa classe de matrimônios fracassa inevitavelmente.
Os enamorados, amiúde confundem o desejo com o amor; e o pior do caso é que se casam, crendo-se enamorados. Consumado o ato sexual, satisfeita a paixão carnal, vem, então, o desencanto, fica a terrível REALIDADE.
Os enamorados devem auto-analizar-se a si mesmos antes de casar, para saber se realmente estão enamorados. A paixão se confunde facilmente com o amor. O AMOR E O DESEJO SÃO ABSOLUTAMENTE OPOSTOS.

(quero explicar um pouco mais esse ponto. Para muitos pode parecer estranho ouvir dizer que desejo e amor são opostos. Afinal, está muito em voga hoje em dia que as pessoas se deixem consumar todas as suas taras, fantasias, desejos, etc, pois isso, dizem aqueles que nada sabem, traz a felicidade. È claro que a repressão sem eliminação trás desconforto interior. A eliminação dos agregados psíquicos é fundamental para se compreender a leveza e a liberdade sem fim que é o AMOR verdadeiro. O ato de satisfazer todos os desejo ao invés de trazer felicidade trás conseqüências desastrosas a curto, médio ou longo prazo. Uma delas, por exemplo, só pra citar uma, é a inevitável desmagnetização e decrepitude dos corpos. O único caminho que conduzem à verdadeira e contínua felicidade são o AMOR e a SABEDORIA. Entenda-se por sabedoria como CONHECIMENTO DA VERDADE. Ou seja, sem se buscar a verdade é impossível ser feliz. Sem amor é impossível se encontrar a verdade, tampouco de ser feliz. Meditem, vivenciem a verdade. E encontrem o amor verdadeiro dentro de si mesmos.)
...
... Aquele que verdadeiramente está enamorado é capaz de dar até a última gota de sangue pelo ser adorado. ...
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... Existe verdadeira afinidade de pensamentos, sentimentos e vontades com o ser que adoras? Recorda que, se esta afinidade completa não existe, então teu matrimônio, em vez do céu, será um verdadeiro inferno. Não te deixes levar pelo desejo, MATAI, NÃO SOMENTE O DESEJOL SENÃO ATÉ A PRÓPRIA SOMBRA DA ÁRVORE TENTADORA DO DESEJO.
O amor começa com um relâmpago de simpatia deliciosa. Substancioliza-se com a ternura infinita e se sintetiza em suprema adoração.
Um MATRIMÔNIO PERFEITO é a união de dois seres que se adoram absolutamente. No amor são existem projetos, nem contas bancárias. Se estás fazendo projetos e cálculos, é porque não estás enamorado. Reflete antes de dar o GRANDE PASSO. Realmente estás enamorado? Cuida-te da ilusão do desejo. RECORDA QUE A CHAMA DO DESEJO CONSOME A VIDA E FICA, ENTÃO A TREMENDA REALIDADE DA MORTE.
Existem pessoas que se acham casadas nos planos físico e etérico; porém, no astral não o estão. Outras estão casadas nos planos físico, etérico e astral; porém, não o estão no plano mental; cada qual pensa da sua própria maneira; a mulher tem uma religião e o homem outra; não estão de acordo no que pensam, etc., etc., etc.
Existem matrimônios afins nos mundos do pensamento e do sentimento; porém, absolutamente postos no mundo da vontade. Estes matrimônios chacam-se constantemente; não são felizes.
O Matrimônio Perfeito deve ser efetuado nos sete planos da Consciência Cósmica. Existem matrimônios que não chegam nem sequer até o plano astral. Então não existe nem sequer atração sexual. Esses não verdadeiros fracassos. Essa classe de matrimônios se fundamenta, exclusivamente , na fórmula matrimonial.
Algumas pessoas estão vivendo vida matrimonial, no plano físico, com determinado cônjuge e, no plano mental, vivem vida conjugal com outro cônjuge diferente. Raras vezes encontramos, na vida, um Matrimônio Perfeito. Para que haja amor, é necessário que haja afinidade de pensamento, afinidade de sentimento e de vontades.”

(comentário: aqueles que estão casados e que constataram não possuir um matrimônio perfeito, lembrem-se que matrimônio perfeito é conquistado dentro e não fora. Para isso precisamos morrer muito em nós mesmos e dar muito amor de coração, além de muita paciência, pois o nosso exemplo, o que pressupõe super esforço, pode fazer com que o par venha a comprovar que sim, nós nos temos de fato transformado em uma pessoa melhores. Isso pode fazer com que nosso querido par nos acompanhe, uma vez que teremos nos tornado pessoa mais agradável. Essa questão é muito pessoal e delicadíssima, cada qual deve ter muito compreensão e auto-observação infinitas, pois a arte da sabedoria está na própria vida vivida com perfeição. Temos chamado o caminho secreto da Grande Obra, “de o caminho do fio da navalha, porque um passo para cá caímos, um passo para lá caímos; há perigo fatal por ambos os lados.)

Contempla os olhos do ser que adoras; perde-te na dita de suas pupilas; porém, se queres ser feliz, não te deixes levar pelo desejo.
Não confudas, homem enamorado, o amor com a paixão. AUTO-ANALISA-TE profundamente. É urgente saber se ela te pertence em espírito. É necessário saber se estás completamente afim com ela, nos três mundos do pensamento, sentimento e vontade.
O adultério é o resultado cruel da falta de amor. A mulher verdadeiramente enamorada preferiria a morte antes que o adultério. O homem que adultera não está enamorado.
O AMOR É TERRIVELMENTE DIVINO. A BENDITA DEUSA MÃE DO MUNDO É ISSO QUE SE CHAMA AMOR.
Com o fogo terrível do AMOR podemos transformar-nos em DEUSES, para penetrar, cheios de majestade, no ANFITEATRO DA CIÊNCIA CÓSMICA.” - ficam até aqui as palavras do V.M. Samael.

A grande chave, o grande mistério guardado a sete chaves por muitos e muitos séculos, o grande segredo, cuja revelação sem autorização fez punir muitos até com a morte, é o segredo da transmutação sexual. Ela somente se torna possível com a união do homem com a mulher em ato sexual, desde que seja com amor infinito e devoção a Deus suprema, sem derramamento de semêm e sem orgasmo. Toda essa energia maravilhosa que o vulgo vilmente despreza em nome do sensorial, o sábio transforma em AMOR e VONTADE e reconstrói o seu templo interior. O SEXO É UM ATO SAGRADO. No livro entitulado “O Mistério do Áureo Florescer” o V.M. SAMAEL dá todas as informações filosóficas necessárias para se compreender a fundo a MAGIA SEXAL SEM DERRAMAMENTO DE SEMEM. No livro “A Águia Rebelde” o V.M. RABOLU ensina a técnica da transmutação sexual. Neste curso passaremos a técnica para uma correta transmutação das energias sexual, ou seja, da magia sexual na lição seguinte à próxima. Somente um detalhe que acrescento agora é que com a TRANSMUTAÇÃO SEXUAL o homem cria seus corpos existenciais do ser (os trages de bodas mencionado no Apocalipse de São João), ou seja, esses são os corpos definitivos astral, mental e causal, que vão servir de veículo para a alma se manifestar nos mundos Superiores. Com a TRANSMUTAÇÃO SEXUAL o homem torna-se super homem, pois regenera todos os poderes inerentes à alma; poderes estes que nosso grau acentuado de degeneração nos fez perder; quero me referir à clarividência, à clariaudiência, ao poder de fazer viagem astral conscientemente quando se queira, ao poder de levar seu corpo de carne e osso para a quarta e a quinta dimensões, entre outras maravilhas. Com a TRANSMUTAÇÃO SEXUAL chegamos a vencer a morte física e se quisermos poderemos permanecer com esse mesmo corpo físico por séculos (elixir da longa vida). Com a TRANSMUTAÇÃO SEXUAL nos tornamos realmente puros, sem defeitos.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A TRANSFORMAÇÃO DAS IMPRESSÕES


A Transformação das impressões
(Samael Aun Weor)

            Nosso tema de hoje está relacionado com a questão da transformação de nós mesmos. Na nossa passada conferência, falamos muito sobre a importância que tem a vida em si mesma; dissemos, também, que um homem é o que é sua vida e esta é como um filme, que ao desencarnarmos, levamo-lo para revivê-lo (em forma retrospectiva) no mundo astral, e que ao retornarmos, trazemo-la para projetá-lo outra vez sobre a tela do mundo físico.
            É claro que a Lei de Recorrência existe e que todos os acontecimentos se repetem, que tudo volta realmente a ocorrer tal como sucedeu, mais as conseqüências boas e más; isso é obvio.
            Agora bem, o importante é conseguirmos a transformação da vida e isto é possível se nos propusermos, profundamente...
Transformação – significa que uma coisa muda para outra coisa diferente. É lógico que tudo está submetido a mudanças.
            Existem transformações da matéria muito conhecidas; não poderíamos negar, por exemplo, que o açúcar se transforma em álcool e que o álcool, por sua vez, se converte em vinagre, devido a ação dos fermentos (esta é a transformação da um substância molecular em outra substância molecular). Sabemos, pela nova química dos átomos e elementos, que o rádio, por exemplo, se transforma lentamente em chumbo.
            Os alquimistas medievais falavam da “Transmutação do chumbo em ouro”, porém, não sempre queriam se referir à questão metálica, meramente física. Normalmente queriam indicar, com tais palavras, o transmutação do “Chumbo” (isto da personalidade) no “Ouro” do espírito; assim, pois, convém que reflexionemos em todas essas coisas.
            Nos Evangelhos, a idéia de homem terrenal (comparado este a uma semente capaz de crecimento), tem a mesma significação, como a tem também a idéia de renascimento, de um homem que “nasce de novo”. Porém, é obvio que se o grão não morre, a planta não nasce; em toda transformação existe morte e nascimento, ou morte e ressurreição.
            Já se sabe que na Gnosis, consideramos ao homem como uma fábrica de três pisos, que observe, normalmente, três alimentos.
            O alimento comum, normalmente se corresponde ao piso inferior da fábrica (nos referimos às questões do estomago). O ar, naturalmente, está no segundo piso, pois se realciona com os pulmões e as impressões, sem dúvida nenhuma, estão intimamente associadas ao cérebro, ao terceiro piso (isso é questão de OBSERVAÇÃO, sim ou não, irmãos?!)
            O alimento que comemos, sofre sucessivas transformações (isto é inquestionável). O processo da vida em si mesma, por si mesma, é a transformação. Cada criatura do Universo, meus estimáveis irmãos, vive mediante a transformação de uma substância em outra. Um vegetal, por exemplo, transforma o ar, a água e os sais da terra, em novas substâncias vitais, em elementos úteis para nós, como são (por exemplo) as nozes, as frutas, as batatas, os limões, as vagens, as ervilhas, etc. Assim, pois, tudo é TRANS-FOR-MA-CÃO.
            Devido a ação da luz solar, obtemos os variados fermentos da natureza. É inquestionável que a sensível película de vida, que normalmente se estende sobre a face da terra, conduz toda a FORÇA UNIVERSAL até o interior mesmo do mundo planetário em que vivemos.
            Mas, cada planeta, cada inseto, cada criatura (até mesmo o animal intelectual equivocadamente chamado homem), absorve, assimila determinadas forças cósmicas e logo as transforma e retransmite (inconscientemente) às capas interiores do organismo planetário.
            Tais forças, transformadas, se acham intimamente relacionadas com a economia deste organismo planetário em que vivemos. Cada criatura, segundo sua espécie, transforma determinadas forças que logo retransmite ao interior da terra, para a economia do mundo. Também as demais criaturas, as distintas espécies (as plantas, etc.), cumprem a mesma função.
            Sim, em tudo existe transformação. Assim, pois, a epiderme da terra é um organismo de transformação.
            Quando comemos o alimento, tão necessário para nossa subsistência, este é transformado (claro está, etapa após etapa...) em todos esses elementos vitais, tão indispensáveis para nossa mesma existência.
            Quem realiza dentro de nós este processo de transformação das substâncias? O centro instintivo! Quanto sábio é tal centro! Realmente, nos assombramos com a sabedoria de dito centro.
            A digestão em si mesma, meus estimados irmãos, é transformação. Todos podem ver que o alimento tomado pelo estomago (isto, pela parte inferior desta fábrica de três pisos, que é o organismo humano) se transforma.
            Se um alimento, por exemplo, passasse pelo estômago e não se transformasse, o estômago não poderia assimilar seus princípios (suas vitaminas, suas proteínas) isso seria, simplesmente, uma indigestão. Assim, pois, conforme nós vamos refletindo sobre esta questão, chegamos a compreender a necessidade de passar por uma Transformação.
            Claro está que os alimentos físicos se transformam; mas, há algo que nos convida muito à reflexão: não existe uma transformação (por exemplo) adequada das impressões. Para o propósito da natureza, propriamente dita, não há necessidade alguma de que o animal intelectual equivocadamente chamado homem, transforme realmente as impressões.
            Mas, um homem pode transformar suas impressões, por si mesmo, se possui (naturalmente) o conhecimento de fundo, esotérico, e compreende o por que dessa necessidade (resultaria magnífico transformar as impressões).
            A maioria das pessoas, no terreno da vida prática, crê que este mundo físico lhes vai dar, exatamente, o que anelam e buscam, e aí está, meus estimados irmãos, uma tremenda equivocação. A vida em si mesma entra em nós, em nosso organismo, em forma de meras impressões.
            O primeiro que realmente devemos compreender é o significado deste trabalho esotérico relacionado intimamente com a questão das impressões. Que necessitamos transformar a vida... é verdade! E uma pessoa não poderia realmente transformar sua vida, se não transforma as impressões que lhe chegam a mente. É urgente, pois, que os que escutam esta conferência reflitam no que aqui estamos dizendo...
            Não existe, realmente, essa coisa de vida externa (e vejam vocês que estamos falando de algo muito revolucionário, pois todo o muno crê que o físico é o real; mas, se vamos um pouquinho mais a fundo, o que realmente estamos recebendo a cada instante, a cada momento, são meramente impressões).
            Vemos a uma pessoa que nos agrade ou que nos desagrade, e o primeiro que obtemos são impressões dessa natureza. Não é verdade?! Isso não podemos negar.
            A vida é, como dissemos, uma sucessão de impressões (e não como crêem muitos ignorantes ilustrados: uma coisa sólida, física, de tipo exclusivamente material): a realidade da vida são suas impressões, claro está que a idéia que estamos emitindo através desta gravaão, resulta certamente difícil de capturar, de apreender; constitui um trabalhoso ponto de intersecção.
            É possível que vocês que me estejam escutando, tenham a certeza de que a vida que têm existe como tal, e não como suas impressões. Estão tão sugestionados por isso de mundo físico, que obviamente assim pensam.
            A pessoa que vemos sentada, por exemplo, na cadeira (lá, com tal ou qual traje de cor), aquele que nos sorri mais para lá, aquele que vai tão sério, etc. é para nós coisa real... é verdade, ou não é?! Mas, se meditamos profundamente em tudo o que vemos, chegamos a conclusão de que o real são as impressões.
            Estas, como já disse, chegam a mente, através (claro está) das janelas dos cinco sentidos. Se não tivéssemos, por exemplo, olhos para ver, nem ouvido para escutar, nem tato para sentir o toque, nem olfato para cheirar, ou nem sequer paladar para saborear os alimentos que entram em nosso organismo... existiria acaso, para nós, isto que se chama mundo físico? Claro que não, absolutamente não!
            Assim, pois, a vida nos chega em forma de impressões, e é aí onde existe a possibilidade de trabalhar sobre nós mesmos.
            Antes de tudo (se isso quisermos fazer), pois, há que compreender o trabalho que devemos fazer. Se não fizermos esse trabalho de forma correta, como poderíamos lograr uma transformação psicológica, em si mesmos? É obvio que o trabalho que vamos realizar sobre nós mesmos, deve ser sobre as impressões que estamos recebendo a cada instante, a cada momento.
            E a menos que o apreenda ou capture etc., nunca nada nos faria compreender o significa do que no trabalho é chamado o “PRIMEIRO CHOQUE CONSCIENTE”.
            O CHOQUE se relaciona com essas impressões que são tudo quanto conhecemos do mundo exterior, que estamos recebendo, que tomamos como se fossem a verdadeira coisa, as verdadeiras pessoas.
            Necessitamos, pois, transformar nossa vida, e esta é INTERNA. Ao querer transformar, pois, estes aspectos psicológicos de nossa vida, obviamente necessitamos trabalhar sobre as impressões (que entram em nós, claro está...).
            Por que chamamos nós, ao trabalho sobre a transformação das impressões, o PRIMEIRO CHOQUE CONSCIENTE? Por um motivo, meus queridos irmãos gnósticos, somente por um motivo: porque, simplesmente, é algo que de modo algum poderíamos efetuar em forma meramente mecânica.
            Isso não se sucede jamais mecanicamente, se necessita de um esforço auto-consciente.
            É claro que um aspirante gnóstico que começa a compreender esta classe de trabalho, obviamente (por tal motivo) começa também a deixar de ser um homem mecanicista, que sirva, exclusivamente, aos interesses da natureza; uma criatura absolutamente adormecida, que simplesmente não é mais que um ‘empregado’ da natureza, para os fins econômicos da mesma, os quais não servem, de modo algum, aos interesses de nossa própria Auto-Realização Íntima.
            Se vocês começam agora a compreender o significado de tudo quanto neste ‘casset’ estamos ensinando; se pensam agora no significado de tudo quanto se lhes ensina a fazer, pela via (como já dissemos) do esforço próprio (começando com a AUTO-OBSERVAÇÃO DE SI MESMOS), verão sem dúvidas, meus querido irmão gnósticos, que no lado prático do trabalho esotérico, tudo se relaciona com a transformação das impressões e o que resulta (naturalmente) das mesmas.
            O trabalho, por exemplo, sobre as emoções negativas, sobre os estados de ânimo equivocados, sobre a questão esta da IDENTIFICAÇÃO com as coisas da vida diária, sobre a auto-consideração, sobre os EUS SUCESSIVOS, sobre a auto-justificação, sobre a desculpa e sobre os estados inconscientes em que nos encontramos, se relaciona (em tudo) com a transformação das impressões e o que resulta dela.
            Assim, convêm, meus queridos irmãos gnósticos, que, em certo modo, o trabalho sobre si mesmos se compare à dissecação, no sentido de que é uma transformação. Quero que vocês reflexionem profundamente nisso, que compreendam, pois, o que é o PRIMEIRO CHOQUE CONSCIENTE. É preciso formar um INSTRUMENTO DE TROCA no lugar da entrada das impressões. (não se esqueçam!)
            Se mediante a compreensão do trabalho vocês podem aceitar a VIDA COMO TRABALHO (realmente esotérico), então estarão em um estado de constante RECORDAÇÃO DE SI MESMOS. Este estado de consciência de SI MESMO, os levará (naturalmente) ao terreno vivente da transformação das impressões, e assim normalmente (ou supra-normalmente, melhor diríamos), ao de uma vida distinta, na qual a vocês naturalmente interessa.
            Quer dizer, que já a vida não trabalhará mais sobre todos vocês, meus queridos irmãos, como o fazia antes; começarão vocês a pensar e a compreender de uma maneira nova, e este é o começo, naturalmente, de sua própria transformação. Porque enquanto vocês sigam pensando da mesma maneira, tomando a vida da mesma maneira, é claro que não haverá nenhuma mudança dentro de vocês.
            Transformar as impressões da vida é transformar-se a si mesmo, meus queridos irmãos gnósticos, e somente uma maneira de pensar inteiramente nova, pode efetuá-la. Todo este trablho, pois, dirige-se até uma forma radical de transformação. Se um não se transforma, nada logra.
            Compreenderão vocês que a vida não exige (continuamente) reacionar. Todas essas reações formar nossa vida, nossa vida pessoal. Mudar a vida de uma pessoa, não é mudar as circunstâncias meramente externas, é mudar realmente as próprias reações.
            Mas se não vemos que a vida exterior nos chega como meras impressões que nos obrigam incessantemente a reacionar (de uma forma, diríamos, mais ou menos estereotipada), não veremos onde começa o ponte que realmente possibilite a mudança, de onde é possível trabalhar.
            As reações que formam nossa vida pessoal são quase todas de tipo negativo. Então, também nossa vida será negativa, não será mais que uma série sucessiva de reações negativas, que se dão como resposta incessante às impressões que chegam à mente.
            Logo, nossa tarefa consiste em transformar as impressões da vida, de modo que não provoquem esse tipo de reações negativas a que estamos tão acostumados.
            Mas, para lograr-lo, é necessário estarmo-nos AUTO-OBSERVANDO de instante em instante, de momento em momento. Assim as impressões não chegam de modo mecânico; isto equivale a começar a viver mais conscientemente.
            Um indivíduo pode permitir-se, dar-se ao luxo, de que as impressões lhe chegem mecanicamente, mas se essa pessoa não comete semelhante erro, se transforma suas impressões, então começa a viver conscientemente. Por isso se diz que este é o PRIMEIRO CHOQUE CONSCIENTE.
            O PRIMEIRO CHOQUE CONSCIENTE reside, na realidade, na transformação das impressões que chegam à mente. Se uma pessoa consegue transformar as impressões que chegam à mente, no momento exato da sua entrada, sempre se pode trabalhar sobre o resultado das mesmas. Claro está, que ao transformá-las, evitamos que produzam seus efeitos mecânicos, que sempre soem ser desastrosos no interior de nossa psique.
            Isto exige um sentimento definido, uma vibração definida do trabalho, uma vibração do ensinamento, o que significa que este trabalho esotérico deve ser levado até o ponto, por assim dizer, onde entram as impressões, e desde onde são distribuídas (mecanicamente) a seu lugar de costume (pela personalidade), para evocar as antigas reações.
            Quero que vocês saiam daqui entendendo um pouquinho mais. Vou tratar, diríamos, de simplificar, a fim de que vocês possam entender. Porei um exemplo: se jogamos uma pedra num lago cristalino, nele vemos que se produzem impressões, e é a resposta às impressões dadas pela pedra (são as reações).
            Esta se manifesta em ondas que vão desde o centro até a periferia, não é verdade? Bom, agora levem vocês, meus queridos irmãos gnósticos, este exemplo à mente. Imaginem - lá, por um momento, como um lago. De repente, aparece a imagem de um pessoa. Essa imagem, diríamos, é como a pedra de nosso exemplo: chega ao lago da mente, e então a mente reaciona (as impressões são as que produzem a imagem que chega à mente; as reações são a resposta a tais impressões).
            Se vocês atiram uma bola contra um muro, o muro recebe a impressão e vem a reação, que consiste em que (inconscientemente) regressa a bola a quem a mandou. Bom, pode ser que não lhe chegue diretamente, mas de todas as maneiras rebota a bota e isso é reação... não é verdade?!
            Bem, há impressões que não são muito agradáveis. Por exemplo, as palavras de um insultador não são, por certo, muito boas de serem ouvidas, não?! Claro que poderíamos, supostamente, transformar essas palavras do insultador. 
            Mas se as palavras são como são, então, que poderíamos fazer? Trasnformar as impressões que tais palavras nos produzem? Sim, isso é possível e o ensinamento gnóstico nos ensina a cristalizar a SEGUNDO FORÇA (quero dizer, ao Cristo em nós mesmos), mediante um postulado que diz:
“HÁ QUE SE RECEBER COM AGRADO AS MANIFESTAÇÕES DESAGRADÁVEIS DE NOSSOS SEMELHANTES.”
            Aí está, pois, o modo de transformas as impressões que produzem, em nós, as palavras de um insultador: “RECEBER COM AGRADO AS MANIFESTAÇÕES DESAGRADÁVEIS DE NOSSOS SEMELHANTES.”
            Este postulado nos levará, naturalmente, à cristalização da SEGUNDA FORÇA (ao Cristo em nós); fará que o CRISTO venha a tomar forma em nós. É um postulado sublime, esotérico em cem por cento...
            Agora bem, se do mundo físico não conhecemos senão as impressões, então o mundo físico, propriamente dito, não é tão externo com crêem as pessoas. Com justa razão disse Don Emmanuel Kant: “o exterior é o interior”. Assim, pois, se o interior é o que conta, devemos então transformar o interior (as impressões são interiores)
            Assim, pois, todos os objetos, as coisas, tudo o que vemos, existe em nosso interior em forma de impressões. Se, por exemplo, nós não transformamos as impressões, nada muda em nós. A luxúria, a cobiça, o ódio, o orgulho, etc., existem em forma de impressões (dentro de nossa psique) e vibram incessantemente.
            O resultado mecânico de tais impressões, hão sido todos esses elementos inumanos que levamos dentro e que normalmente os temos chamado ‘Eus’  (os ‘eus’ que em seu conjunto constituem o mim mesmo, o si mesmo... não é mesmo?!)
            Suponhamos que um indivíduo, por exemplo, vê a uma mulher provocativa e não transforma suas impressões. O resultado será que as mesmas (de tipo luxurioso, naturalmente) exigem nele, pois, um desejo de possuí-la.
            Tal desejo vem a ser o resultado mecânico da impressão recebida e se plasma, vem a cristalizar-se, a tomar uma forma em nossa psique, se converte em um agregado a mais, quero dizer, em um elemento inumano, em um novo eu de tipo luxurioso que vem a agregar-se à soma (já existente) de elementos inumanos que, em sua totalidade, constituem o EGO, o mim mesmo, o si mesmo.
            Mas vamos seguir reflexionando... em nós existe íra, cobiça, luxúria, inveja, orgulho, priguiça e gula. Ira, por quê? Porque muitas impressões chegaram a nós, a nosso interior, e nunca a transformamos.
            O resultado mecânico de tais impressões, pois, foi a ira, foram os eus que ainda existem, vivem em nossa psique e constantemente, pois, nos fazem sentir coragem.
            Cobiça. Indubitavelmente, muitas coisas despertaram em nós a cobiça: o dinheiro, as jóias, as coisas materiais de todo tipo, etc. Esses objetos chegaram a nós em forma de impressões.
            Nós cometemos o erro de não haver transformado essas impressões, por exemplo, em outras coisas diferentes: em uma admiração pela beleza, ou em altruísmo, ou em alegria pelo dono de tais ou quais coisas, enfim... e que? Pois, que tais impressões não transformadas, naturalmente se converteram em ‘eus’ de cobiça que agora carregamos em nosso interior.
            Em quanto à luxúria, já disse que distintas formas de luxúria chegaram a nós em forma de impressões e sugiram (no interior de nossa mente) imagens, diríamos, de tipo erótico, cuja reação foi a luxúria.
            Se acontecer que nós não transformamos então essas estas ondas luxuriosas, essas vibrações luxuriosas, essas impressões, esse SENTIR LUXURIOSO, esse EROTISMO INSANO, não bem entendido (porque bem entendido, já disse que o erotismo é são), naturalmente que o resultado não se faz esperar: fez-se completamente mecânico, nasceram novos ‘eus’ dentro de nossa psique (de tipo, claro está, morboso).
            Assim, pois, hoje em dia nos toca trabalhar sobre as impressões que temos em nosso interior e sobre seus resultados mecânicos. Dentro, temos impressões de ira, de luxúria, de inveja, de orgulho, de preguiça, de gula, etc., etc., etc., (e outras tantas coisas). Também temos, dentro, os resultados mecânicos de tais impressões: montões de ‘eus’ encrenqueiros e gritões que agora necessitamos compreender e E-LI-MI-NAR.
            Todo o trabalho sobre nossa vida versa, pois, em saber transformar as impressões e também em saber eliminar, como dissemos, os resultados mecânicos das impressões não transformadas no passado.
            O mundo exterior, propriamente não existe; o que existe é o interno. As impressões são interiores e as reações (em decorrência a tais impressões) são de tipo completamente interior. Quem poderia dizer que está vendo uma árvore em si mesma? Não, estará vendo a IMAGEM DA ÁRVORE, mas não a árvore. A COISA EM SI, como disse Dom Emmanuel Kant, nada a vê; se a vê a imagem da coisa; ou seja, surgem em nós as impressões sobre a árvore, sobre uma coisa.
            Estas são internas, são de dentro, são da mente. Se nós, por exemplo, não fazemos uma modificação de nossas próprias impressões internas, o resultado mecânico não se deixa esperar: é o NASCIMENTO DE NOVOS ‘EUS’ que vêm a escravizar, ainda mais nossa essência, nossa consciência; que vêm a intensificar o sonho em que vivemos.
            Quando uma pessoa compreende que, realmente, tudo o que existe dentro dele mesmo (com relação ao mundo físico), não são mais que impressões, compreende também a necessidade de transformar essas impressões, e ao fazê-lo, se produz uma transformação total de si mesmo.
            Não há coisa que mais doa, por exemplo, que a CALÚNIA, ou as palavras de um insultador; mas, se uma pessoa é capaz de transformar as impressões que lhe produzem a si tais palavras, essas caem então como um cheque sem fundos.
            Certamente, as palavras de um insultador não têm mais valor do que aquele que lhe dá o insultado. Se o insultado não dá valor a tais palavras, as mesmas caem sem valor (repito, ainda que me faça repetitivo: caem como um cheque sem fundos).
            Quando alguém compreende isto, transforma então as impressões de tais palavras, por exemplo em algo distinto: em amor, em compaixão pelo insultador, e isso (naturalmente) significa TRANS-FOR-MA-ÇÃO...
            Assim, pois necessitamos estar transformando (incessantemente) as impressões, não somente as presentes, senão também as passadas. Dentro de nós existem muitas impressões (que cometemos o erro, no passado, de não havermos transformado) e muitos resultados mecânicos das mesmas, que não os tais “Eus” que agora temos que desintegrar, aniquilar, a fim de que a consciência se liberte e desperte.
            Quero que vocês reflexionem (profundamente) no que estou dizendo: as coisas, as pessoas, não são mais que impressões dentro de vocês, dentre de suas mentes. Se transformam estas impressões, se transforma a vida de vocês.
            Quando há, por exemplo ORGULHO, isso tem por embasamento a ignorância. De que pode sentir-se orgulhosa, por exemplo, uma pessoa? De sua posição social, de seu dinheiro, de quê? Mas se essa pessoa, por exemplo, pensa que sua posição social é uma questão meramente mental, é uma série de impressões que lhe chegam à mente (impressões sobre seu estado social, ou seu dinheiro). Quando pensa que tal estado não é mais que uma questão mental, ou quando analisa, pois, a questão do dinheiro e se da conta que isso somente existe (na mente) em forma de impressões (as impressões que produz o dinheiro, é claro). Se analisa isto a fundo, se compreende (realmente) que o dinheiro e a posição social (e coisas afins) não são mais que impressões internas da mente, por si só, o fato de compreende-lo, que são somente impressões da mente, há transformação da mesma; então o orgulho por si mesmo cai, absolutamente, e nasce de uma forma muito natural, em nós, a humildade.
            Continuando assim com estes processos de transformação das impressões, direi algo mais. Por exemplo: uma imagem de uma mulher LUXURIOSA chega à mente, ou surge na mente. Tal imagem é uma impressão, obviamente.
            Nós poderíamos transformar essa impressão luxuriosa, mediante a compreensão. Bastaria que pensássemos que a citada imagem é perecedora, que essa beleza é (portanto) ilusória.
            Si recordássemos, por alguns instantes, que essa mulher há de morrer e que seu corpo vai se fazer pó no panteão; se com a imaginação víssemos seu corpo em estado de desintegração, dentro da sepultura, seria isto mais que suficiente como para transformar essa impressão luxuriosa em castidade. Assim, transformando-la não surgiriam (na psique) mais “Eus” de luxúria.
            Assim, pois convém que mediante a compreensão, transformemos as impressões que surgem na mente.
            Creio que os estimados irmãos vão compreendendo que o mundo exterior não é tão exterior como normalmente se crê. É interior, pois tudo o que nos chega do mundo, não são mais que impressões internas. Nada poderia meter uma árvore dentro de sua mente, ou uma cadeira, ou uma casa, ou um palácio, ou uma pedra.
            Ali tudo, em nossa mente, não são senão impressões (isso é tudo), impressões de um mundo que chamamos “exterior”, mas que realmente não é tão exterior como se pensa.
            Convém, pois, que todos nós estejamos transformando as impressões mediante a compreensão. Se alguém nos elogia, por exemplo... como transformaríamos nós a VAIDADE que tal adulador poderia provocar em nós? Obviamente, os elogios, as adulações, não são mais que impressões que chegam à mente, e esta por sua vez reaciona em forma de vaidade, mas, se transformamos tais impressões, a vaidade se faz inexistente.
            Como transformariam, pois, as palavras do adulador, essas impressões de elogios, de que forma? Mediante a compreensão! Quando uma pessoas relamente compreende que não é mais que uma infinitesimal criatura de um rincão do universo, de fato transforma, pois, tais impressões de elogio, de lisonja, em algo distinto.
            Converte tais impressões, diríamos, no que elas são: pó, poeira cósmica, porque compreende sua própria posição.
            Já sabemos que nosso planeta Terra é um grão de areia no espaço. Pensemos na galáxia em que vivemos, composta por milhões e milhões de mundos... que é a Terra? É uma mísera partícula de pó nesse infinito. E que somos nós? Organismos (diríamos assim), microorganismos, dentro dessa partícula... então o que? Que conseguiríamos nós com estas reflexões? MUDAR (é claro) e isto, obviamente, produziria uma transformação das impressões que se relacionam com a lisonja, a adulação, o elogio, e não reacionaríamos (como resultado) em forma de orgulho, não é verdade?
            Quanto mais reflexionamos nestas coisas, mais vemos a necessidade de uma transformação completa das impressões...
            Tudo o que vemos (exterior), é interior. Logo, se não trabalhamos sobre o interior, vamos pelo caminho do erro, porque não modificaríamos então nossa vida. Se queremos ser distintos, necessitamos transformar-nos integralmente e, se queremos transformar-nos, devemos começar por transformar as impressões. Aí está a chave para a transformação radical do indivíduo.
            Até mesmo na transmutação sexual, há transformação das impressões. Transformando as impressões animais, bestiais, em elementos de devoção, então surge (em nós) a transformação sexual: a TRANSMUTAÇÃO.
            Creio que vocês me hão compreendido e por hoje chegaremos até esta parte, pois, de nosso discurso. Espero que os que escutem esta fita, tenham a amabilidade de analisá-la, de compreende-la...