sábado, 12 de novembro de 2011

FANATISMO E MITOMANIA



Essa conferência é para nos alertar a respeito de dois defeitos psicológicos que nos podem estancar irremediavelmente no desenvolvimento espiritual, culminado por nos tirar da senda, caso não nos corrijamos nestes pontos. O fanatismo e a mitomania, ou a mentira, devem ser observados judiciosamente, ou seja, conhecidos dentro de nós mesmos tais quais eles são, com o claro e único objetivo de eliminarmo-lo de nossas psiques, rogando a Mãe Divina para que assim o faça, e, ativamente, concentrando-nos neles, tratando de fazê-los sumir de nossos mundos interiores. O passivo nada consegue no trabalho esotérico.
Lembremos que os apontamentos que fazemos nesta conferência serve somente para aclarar as manifestações exteriores destes dois defeitos, o que, de maneira nenhuma, substitui a conhecida auto-observação, a qual subtende a captura real do ‘sabor psicológico’, com o sentido da auto-observação, pois somente assim conheceremos a mitomania e o fanatismo.
Acreditar sem levar as coisas à comprovação acaba por nos tornar fanáticos.
Outra característica do fanático é aquele que por ouvir falar que um defeito é ‘assim ou assado’ se enche de regras, sem comprrende-los a fundo. Ou seja, aquele que muda exteriormente e não muda internamente de fato. Lembremos que a característica destes trabalhos que a Gnose ensina é nos fazer mudar a própria alma e não acumular mais maneiras e manias às já existentes. O intuito da Gnose é nos fazer Livres.
O fanático tende a olhar mais para os outros do que para si mesmo.
Também é característica dos fanáticos o fato de quererem se mostrar tal qual eles não são. Ou seja, são aqueles que se fazem parecer puros, mas não o são de verdade.
Aqueles que tentam falsificar os próprios sentimentos estão se enganando e sendo fanáticos, acreditando que aquele seria o sentimento ideal, porém se não compreenderam a questão, sem tentar se conhecer para eliminar de fato o defeito que não permite que a alma atinja o nível de ser superior e se torne livre de tais engarrafamentos. Esclareçamos definitivamente que a prática da Transformação das Impressões e a combinação de estados com eventos são muito úteis, porém, de nada servem sem a morte do eu e a compreensão de tudo que envolve a questão do defeito intruso. É a alma, conhecedora do real que posiciona a alma, e observa e compreende os defeitos e não a mente. A mente acredita em algo. A alma compreende a realidade das coisas.
Isso de somente falar em Gnose, que minha escola é melhor que as outras... O orgulho aliada às crenças torna o fanático bem característico. Ninguém precisa saber que estamos trabalhando sobre nós mesmos. As coisas da vida devem transcorrer de maneira sempre natural. Lembremos, pois, que recordação de si é o mesmo que dizer: viver com o coração tranqüilo e a mente calada, empunhando a vontade conscientemente, com a atenção voltada para dentro de nós mesmos e concentrados no que estamos fazendo, completamente cônscios de onde estamos. Parece tudo muito difícil para se fazer ao mesmo tempo. Parece até impossível. Mas, aos poucos, conforme se vão estabelecendo e se desenvolvendo certas capacidades em nós mesmos, tais quais o sentido da auto observação, por exemplo, entre outros, o sabor trabalho vai sendo compreendido. É como um olograma. Ou quando se começa a aprender a tocar piano, mas aos poucos...
A MITOMANIA, ou EU MENTIROSO, é o nome dado a certos grupos de defeitos característicos dos orgulhosos, que se utilizam da mentira para se fazerem sentir. São aqueles que se crêem superiores, se imaginam internamente super-heróis, etc. Muitos deles se apresentam como Mestres cheios de poderes, contam acontecimentos fantásticos, etc... Quando na verdade não o são.
Os mitômanos são filhos do ego da vontade aparecer, de serem reconhecidos, etc. Quando bem sabemos que o ego do enaltecimento é somente o contrário do ego do se sentir inferior. Na Gnose não existe alta ou baixa estima, tudo é amor e verdade o tempo integral. Para isso basta nos recordarmos de nós mesmos, ou seja, quanto mais próximos estivermos de nossa alma, mais próximos estaremos da felicidade, com a condição de eliminarmos radicalmente o ego, o mim mesmo de nosso mundo interior. Somente o ego se sente orgulhoso ou desprezado. A alma somente ama.
Um detalhe de tal defeito é a vontade de contar para todo mundo, sem nenhuma necessidade, por puro orgulho, o resultados das nossas práticas.
Jesus falava que era filho de Deus porque realmente era. Não presume-se nem uma ponta de orgulho ou falta de objetivo nas suas palavras. Agora, para nós que não somos mestres, ou que estamos apenas iniciando um trabalho sobre nós mesmos, não nos devemos orgulhar. Que fique bem claro que o trabalho todo que realizamos sobre nós mesmos, não é para nós, é sim para Deus. Ele, o Pai, quem nascerá em nós. Nós, nosso ego, apenas tem que morrer para que nos possamos Religar com Ele. Então devemos nos orgulhar de que? Nós não somos nada. Deus é tudo! Se nós não morrermos Ele não pode nascer. ‘Se o germe não morre, a planta não nasce’. São bilhões e bilhões de estrelas no firmamento, cada uma delas uma criação de algum Cosmocrator, e nós apenas nos orgulhando de iniciarmos uma obrinha que ainda nem merece atenção dos Deuses! Nós somos apenas servos de Deus... “Amar a Deus ante todas as coisas“, eis o primeiro mandamento.

Por tudo isso devemos trabalhar sempre e muito com a morte do mim mesmo. Para tal, como bem já mencionamos, precisamos ter a atenção voltada para dentro de nós mesmo, com o coração traquilo e a mente calada, ou seja, em recordação de nós mesmos. São através dos pequenos detalhes que os egos se alimentam - devemos ter muita atenção nisto! O trabalho com os detalhes são cruciais para que os egos morram. Assim, a auto-observação, aliada à compreensão é fundamental para nos tornarmos livres do ego do fanatismo e da mitomania.
Também é fundamental que entendamos: o livre arbítrio é uma Lei Sagrada; de maneira que devemos ter em conta essa Lei e respeitar o livre-arbítrio dos outros, respeitando-os.
Os Gnósticos também não se metem em discussões teóricas, muito menos as acaloradas. As teorias são somente teorias e o que o gnóstico busca é a verdade e a vida. Muitas poucas pessoas sabem ouvir, e muitas não discutem para aprender o ponto dos outros, mas apenas para exercitarem o eu da disputa. Devemos prestar muita atenção nesse ‘eu’ da disputa, ele tem infinitas ramificações espalhadas por diversas vertentes de nosso dia-a-dia.
O gnóstico não é estranho, esquisito, e nem se deve sentir superior às demais pessoas. O ego nada sabe, deste modo, de que nos devemos sentir superiores. Quem se sente superior é o ego. A alma simplesmente é. Ela somente sabe amar. Deus sabe tudo. Recordemos de nós mesmos, pois, compreendamos a nós mesmos, para podermos compreender aos outros e amá-los e respeitá-los. O exercício da reflexão serena é fundamental para que o ego não se deixe engarrafar pela mente. A mente pensa que tudo sabe. A alma apalpa a verdade em pleno movimento. A reflexão serena, baseada no coração tranqüilo, permite a luz, ou seja, o amor comece a penetrar na mente, porém, nunca nos esqueçamos que a verdade está alem dela. Assim, toda boa reflexão serena, termina com uma meditação profunda, mesclada com sono, ocasião em que, advindo o êxtase, a alma vivencia a verdade de tal assunto tal qual ele realmente é. Ou seja, nós, o ego e a mente, nada sabemos. Tudo o que teorizamos é mais ou menos equivocado; mais ou menos descontextualizado. Deus tudo sabe. Ele está muito mais além da mente. Ele é a verdade dentro de nós, pratiquemos muita meditação, diariamente, com o intuito de vivenciarmos a verdade. A meditação é a doutrina da mente. Com a meditação diária aprenderemos a utilizar esse instrumento fantástico, esse poder divino, que é a mente. Por enquanto, porém, o ego se utilizando da mente, tal qual hoje em dia acontece conosco, mal utilizamos esse instrumento, tanto na maneira, quanto no conteúdo; deste modo, prejudicamos a nós e aos demais.

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