terça-feira, 27 de março de 2012

O DIFÍCIL CAMINHO E O TRABALHO CRÍSTICO



No caminho iniciativo, caminho real e sagrado, caminho do fio da navalha, caminho do meio, caminho mais amargo que o fel nos depararemos com abismos tanto a nossa esquerda, quanto a nossa direita. Neste Caminho Crístico maravilhoso seremos importunados, defraudados, humilhados, desacreditados, feridos e mortos. Assim foi com o Senhor de Perfeição e assim sempre será com qualquer um que comece a morrer em si mesmo.
Os sábios do mundo, os escribas da época de Jesus não o compreendiam e queriam matá-lo. Os poderosos da época, os príncipes dos sacerdotes, os mesmos poderosos de todos os tempos, com sua maneira peculiar de pensar queriam matá-lo. Os fariseus, ou seja, aqueles que são considerados os justos, pois aparentam ser, sem realmente serem queriam matá-lo.
Quero dizer com isso, que aqueles que começam sinceramente a morrem em si mesmos passam a experimentar a verdade de forma direta, a qual, por sua vez, não tem compromisso nenhum com os códigos de moral da época, tampouco com as teorias em voga, muito menos com as cobiças e sede de poder e ganas de se sentir ou aparecer dos poderosos de todos os tempos.
Aqueles que iniciam um trabalho sério sobre si mesmos vão automaticamente se distanciando da humanidade comum e corrente e, por amor, procuram se aproximar dela com o claro e único intento de servi-la.
O Difícil Caminho Crístico, portanto é esse: pregar para aqueles que nos odeiam, amando-os e dali tentar tirar almas para a colheita do Sol.
O difícil caminho nos traz tentações das mais terríveis. Momentos que luta entre nossa consciência e nosso desejo. Nossa consciência contra nossa mente. Nossa consciência contra eus de apego, etc.
Nessas lutas terríveis não há espaço para justificativas; satisfações pessoais; pena de nós mesmos; queda pelo sexo oposto; pela família; pelos ideais de vida perfeita, casal perfeito, eu perfeito. A verdade é o que é de instante em instante, de momento em momento. Ela é o novo a todo momento.
A VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO É LUZ.
Por isso no desenho acima representamos os desvios como grandes e o caminho rumo ao Sol, a libertação final, estreito. Assim é O CAMINHO DA RETIDÃO. Encontraremos paragens, rincões encantadores, coisas fascinantes, mas o caminho estreito continuará sendo sempre estreito. Ele é o caminho para poucos. Nesta senda somente poderemos confiar em Deus Pai, nosso Íntimo, Real Ser. Devemos aprender com urgência fazer a vontade do Pai. A intuição é a voz insonora do Pai, que brota do fundo do coração tranqüilo. Somente a Consciência e nunca jamais a mente consegue compreender a linguagem do Pai que está em Secreto.
Diz o mestre Rabolu acerca disto tudo que ‘todas as coisas do mundo são brinquedos que a natureza nos põe, tudo, em geral tudo, para nos entreter aí e não nos recordemos de nos liberar, de jogar a última carta, porque temos que jogar a vida e tudo o que cabe, que lhe diz respeito, para alcançar a liberação, do contrário não se consegue nada.”
Portanto, o caminho secreto que nos conduz à Liberação Final é um trabalho cem por cento revolucionário. O caminho do rebelde contra si mesmo e contra tudo.
No difícil caminho do fio da navalha experimeremos, ainda, o pior de nós mesmos. Ali encontraremos, dentro de nós mesmos, eus horripilantes que jamais suspeitaríamos possuir. Para limparmo-nos por completo é necessário baixarmos aos infernos mais profundos de nós mesmos com o intuito de nos conhecermos, para somente então estarmos conscientes daquilo que devemos matar em nós mesmos. Trata-se de manifestações diminutas que hoje em dia, jamais sonharíamos possuir.



A esse insuspeitado de nós mesmos chamamos de Lua psicológica, a qual, aliás, é a parte maior de nossa psique, ou seja, nosso subconsciente e nosso inconsciente. São também aqueles eus que não aceitamos ter. São aqueles eus que vemos nos outros, e até chegamos a nos irritar com eles, mas não aceitamo-los dentro de nós mesmos. Há um postulado esotérico que diz: ’normalmente aquilo que mais nos incomoda nos outros é o que mais devemos trabalhar sobre nós mesmos’
A lua psicológica, inclusive obviamente seu lado escuro, é o que devemos eliminar de dentro de nós mesmos para que possa nascer o Sol. O germem, a semente solar, nos foi depositada em nossos órgãos sexuais. Para que o Sol nasça e a Lua morra em nós, portanto, é necessário, inadiável, trabalhar com OS TRÊS FATORES DE REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA.



O sol, o Cristo, nasce no coração do homem na segunda parte da Grande Obra. É o evento mais importante para toda alma. Porém, nem toda alma o vivencia. Apenas aqueles que fizeram com sucesso um sério trabalho sobre si mesmos o podem lograr.
O CRISTO quando nasce no coração do homem é como se uma chispa de Deus se encarnasse. Ele é perfeição, nós todo imperfeição. E ainda que o Cristo somente nasça naqueles que eliminaram seus eus, terá muito trabalho para nos tornar Divinos. Quando eliminarmos de nós mesmos o ego, ainda restará as causas do ego. Os eus-causa, como são chamados, são os desvios de consciência diminutos, porém perigosíssimos, os quais podem fazer ressurgir todo o ego que tão custosamente o iniciado eliminou. Os eus-causa remontam ao surgimento da nossa Mônada particular. Isso o explicaremos em detalhes em lições futuras. O interesante de se observar nesta lição é que somente o Cristo tem poder, inteligência, força suficientes para eliminar esses pequenos desvios. Cristo é a ponte entre o Divino e o humano. PARA QUE A PLANTA NASÇA A SEMENTE TEM QUE MORRER.
O Cristo dentro de nós mesmos passará por todo o drama que Jesus, o Nazareno, representou na Terra. Somente assim morreremos de fato para que o Cristo ressuscite ao terceiro dia em seu Reino: O SEIO DE PAI.
O processo de auto-descobrimento e morte do eu é um processo de crescente interiorização. Deus está dentro de nós e nunca jamais fora.

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