Ao
estudar a anatomia oculta dos seres humanos, descobrimos a existência de cinco
centros energéticos inferiores, os quais produzem cinco tipos de energias diferentes, com as quais se é
possível comandar toda a máquina humana. Há, ainda, dois centros superiores,
cuja atuação de suas energias dentro de nós não é percebida, uma vez que estão
inativos. Isso assim se dá, pois estamos desconectados de nossas partes
internas (Nosso Pai e Nossa Mãe), devido ao atual mal estado interior em que
nos encontramos.
Sejamos diretos e claros neste momento: contrariamente ao
que se quer convencionar hoje em dia, a mente não é o ‘senhora‘, o centro, do
nosso Ser. Ela é tão somente uma das ferramentas que o Ser poderia usar, se
estivéssemos mais próximos Dele. Porém, para nosso azar, quem acaba por se
utilizar da energia mental são os nossos egos, nossas criações inferiores, animalescas
e bestiais, a que damos o nome de ‘mim mesmo‘. Isso faz com que a dor e o erro
se espalhem por todos os rincões da Terra.
Pode-se, de uma maneira geral,
classificar qualitativamente os níveis mentais, em relação ao seu
desenvolvimento. Somente como mera referencia enumeraremos em quatro os níveis
mentais. Notem bem que não levaremos em conta a quantidade de informação que
uma mente é capaz de guardar, embora a boa memória seja uma característica
marcante da mente regenerada ou pouco degenerada. Não obstante, isso, em
absoluto, não pode servir de parâmetro para caracterizar uma mente
positivamente bem desenvolvida.
Os cinco centros energéticos
inferiores são, portanto, o intelectual,
o emocional, o motor, o instintivo e o sexual.
A
seguir vamos detalhar o funcionamento de cada uma destas energias dentro de nós
mesmos.
C.I. CENTRO
INTELECTUAL ( energia mental)
E, diga-se de
passagem, o Centro Intelectual é o centro cuja energia é a mais lenta e
grosseira dentre as demais em nosso organismo. Quem é que nunca se deu conta da
velocidade superior da energia motora, por exemplo, quando num ato reflexo nos
defendemos de algum perigo, sem que os processos raciocinativos tenham a menor
participação nisso?
É interessante salientar, ainda, que a mente não é o
cérebro. A mente sem o cérebro continua sendo a mente, mas o cérebro sem ela
não é nada. É bastante fácil comprovar isso na prática, seja através do desdobramento astral, seja através do desdobramento mental - este último será
em outra oportunidade ensinado, ocasião em que as portas para um sério e
profundo estudo do mundo mental - como realmente ele é - se abrirá para cada um
de vós.
O fato é que durante o desdobramento astral a consciência,
juntamente com o corpo astral e o corpo mental viajam por aí, ou seja,
submergem à quinta dimensão da Natureza, instantes em que sentimos, pensamos,
etc... normalmente, sem que seja necessária a presença do cérebro, pois este, é
claro, permanece na cama com o corpo físico. Aqueles que experimentaram o
desdobramento astral não têm dúvidas de que a mente não é o cérebro.
O cérebro, juntamente com o nervus simpaticus, com
sua rede de sensíveis malhas de gânglios, é o órgão físico capaz de
proporcionar a manifestação do espírito em todas as suas possibilidades no
corpo físico.
Não podemos negar que a mente é um instrumento fantástico;
um poder que Deus deu aos homens; capaz de maravilhas e prodígios insuspeitos.
Um ‘Poder’ de fato, que deveria ser bem utilizado.
Por outro lado, a mente indisciplinada tem a forte
tendência de dar valor a tudo, de julgar a tudo de maneira condicionada. Essa característica negativa da mente acaba
por obstruir o acesso à Verdade.
No mundo atual, comum e corrente é impossível ver uma
pessoa que não seja escrava dos seus valores.
Urge dominarmos a
mente; ASSENHOREARMOS-NOS dela; caso queiramos conhecer a Verdade, a
Liberdade autêntica e a Felicidade verdadeira.
O símbolo esotérico do controle da
mente é o de um sábio montado numa mula. Assim, Jesus Cristo entrou em
Jerusalém. Assim, Balaão se deixou dominar por ela, perdeu o controle de sua
mula, mas logo em seguida voltou a obedecer as ordens do Senhor (Num. 22-24) e
soube orientar-se bem. Buda desenvolve todo o seu discurso ensinando aos homens
que é indispensável controlar suas mentes para se atingir o Nirvana.
Bem sabemos que para se controlar
algo é necessário antes conhecer esse algo, por isso se faz indispensável,
antes de tudo, o desenvolvimento do sentindo
da auto-observação, caso queiramos controlar nossas mentes de fato. Pois
é mediante o sentido da auto-observação que nos tornamos aptos para
verificarmos, por nós mesmos, quem são os atores internos que soem manipular a
nossa mente.
O mais baixo nível mental pertence
àqueles que não tem nenhum domínio sobre ela. Este é o nível típico das pessoas
puramente instintivas, que reacionam a tudo; que agem impulsivamente sob as
ordens do subconsciente.
O segundo nível, um pouco superior
ao primeiro, assinala já um certo grau de domínio, ainda que incipiente, sobre
a mente. Trata-se da mente daquele que apenas crê, sem ver a necessidade de
comprovar os fatos. Bem sabemos que a simples crença em uma teoria qualquer,
vindo a segui-la fielmente, ainda que aquela teoria seja baseada em virtudes,
pode criar fanatismos e limites diversos, além de impedir por completo que a
pessoa vivencie e encontre a verdadeira Verdade que é algo vivo e que está,
paradoxalmente, mais além da mente. Nesse nível mental encontramos as pessoas
que se justificam; que lavam as mãos; escravas da mente e do que dirão.
Os dois próximos níveis mentais já
são de pessoas que começam a passar o centro de gravidade pessoal mais para a
Essência, cuja sede é o fundo do coração tranqüilo, em detrimento daquelas que
a tem centradas mais no ego e na personalidade, e conseqüentemente tem mais
domínio sobre suas próprias mentes, fato que não observamos nos dois casos
mencionados anteriormente.
Bem sabemos que o ser humano tem
duas naturezas intrínsecas. Quero me referir à Divina e à Animalesca. A
primeira, vivencia plenamente a verdade em si mesma; a segunda, nada sabe a
respeito dela e move-se de acordo com seus condicionamentos. O que caracteriza
a natureza animal são os egos, os agregados psíquicos e, somente será possível
ver continuamente a verdade, após
o havermos eliminado radicalmente essas criações demoníacas de nossa psique.
Portanto, o terceiro nível na escala do desenvolvimento mental é o daqueles que
começam a levar as teorias à comprovação. Esse tipo de pessoas refazem teorias;
refletem em profundidade; repassam hábitos e valores; querem encontrar a
verdade; lutam contra sua natureza animalesca e questionam os conceitos
petrificados. É a mente típica daqueles que iniciaram um trabalho sério sobre
si mesmos, mas não chegaram a atingir a iluminação.
O quarto tipo de mente é a mente
típica dos grandes Mestres. Daqueles que se Auto-Realizaram a fundo. Dos
Iluminados. Soará até estranho para alguns quando afirmarmos que A mente
destes seres é passiva. O fato é que a energia mental é por natureza uma
energia passiva. Ela deveria ser um instrumento da alma-livre, posto que é o
Ser, mediante a Consciência, quem adentra aos mistérios. É o Ser, o Íntimo,
nosso real Ser, que vê A VERDADE; QUE é
a verdade. A mente dos iluminados é uma mente plástica e que aprende as
coisas através da observação direta, silenciosamente.
Uma mente intuitiva e que se
religou com a do Pai. Esse tipo de pessoa já aniquilou o ego animal de sua
natureza íntima e tem a Consciência cem por cento desperta. Uma mente assim não
necessita de teorias para se mover; “não
necessita de manjares de espécie alguma”. Os Grandes Mestres
simplesmente vêem a verdade das
coisas tal qual ela é, COMPREENDENDO tudo de pronto. Trata-se de um
procedimento bastante adverso do qual nos ensinaram na escola para chegarmos
àquilo que eles diziam ser a verdade. O fato é que transformando a palavra
verdade em uma teoria, limitam-nos em demasia o avanço do Ser até a Verdade
autêntica, que é algo vivo, dinâmico...
Ora, atualmente, mediante informações já pré-estabelecidas
e com a utilização do raciocínio, mediante os processos lógicos, formamos um
novo conceito sobre o que seja. Estes procedimentos se baseiam unicamente em
nossos processos mentais, limitando, desta maneira, a integral magnitude e
potencialidade do Ser. Muitos crêem firmemente que este último conceito baseado
unicamente na mente e nos cinco sentidos físicos é a verdade, sem investigarem
se as informações pré-concebidas utilizadas de início eram verdadeiras,
tampouco se o é a teoria final.
A prova, o experimento, a prova dos nove etc. que nos
ensinaram a tirar, para comprovar a nova teoria lançada, apenas prova aquilo
que se quer provar, dentro dos limites do relativo, do parcial, do
sugestionável, sem mensurar, sequer, todas as conseqüências que gerará a nova
teoria contextualizada lançada... e nada mais! Ou seja, prova apenas que o
raciocínio foi bem estruturado; não prova se é verdade absoluta ou não. Esse
procedimento satisfaz unicamente à mente e muitas vezes ao interesse pessoal. E
assim, chegamos até esta pseudo-verdade apenas com a mente e para a mente,
tornando a mente, erroneamente, um instrumento ativo e “Senhora“ de tudo, tal
qual os pseudo-sábios de agora soem fazer. Deste modo, ao avistarem qualquer
fenômeno, primeiro levam a mente até ele, traduzindo-o conforme os conceitos
que desenvolveram, sem tentarem ver o novo, ou seja, sem buscarem ver a coisa
tal qual ela é, adentrando à mesma, buscando ilimitadamente até a essência em
comum, até o Ser, até a Verdade. É assim, pois, que um Mestre Autêntico vê a
Verdade à respeito do que for, pois a buscou e a encontrou dentro de si mesmo
primeiro, mais além da mente, dos afetos e do corpo físico, mediante a
Meditação Transcendental Profunda, religando, deste modo, sua mente com a Mente
do Pai “que tudo vê“. É assim, também, que, por pura intuição, um Mestre sabe
qual o caminho correto a se seguir, sem necessidade de raciocinar, nem ter
teorias pré-concebidas. Apenas compreende tudo de pronto, intuitivamente.
Posteriormente, poderá até se dar ao luxo de conceituar aquilo que VIU e
SENTIU. Esses procedimentos são inteiramente incompreensíveis para a mente
comum e corrente. Para concluir, diremos que os Centros Mental e Emocional
Superiores nos dão acesso direto à Verdade em nós mesmos, à Deus.
Neste momento é imprescindível
repassar para os senhores e as senhoras a prática da concentração no coração. Com essa simples prática diária nós
começaremos a perceber em nós mesmos como é viver com a Consciência um pouco
mais ativa; com a mente sob controle e mais próxima da Verdade e da Intuição.
ATENÇÃO: Ter uma
mente passiva não é ter uma mente que aceite tudo. Muito pelo contrário, a
mente passiva é a que vê tudo, mas não toca em nada, ou seja, não estanca o
fluxo, segue adentrando e investigando cada vez com mais profundidade, seguindo
os caminhos da consciência ativa,
cuja sede é o coração tranquilo, em silêncio absoluto, buscando unicamente a
verdade como resposta.
Vamos à prática: deitado confortavelmente em decúbito
dorsal, o neófito, após fazer as costumeiras orações e um bom relaxamento,
intenta levar toda sua atenção ao coração. Isso quer dizer que devemos ter os
sentidos e a mente no coração como órgão físico, e ir adentrando cada vez mais,
até chegarmos a estar dentro dele. Observar as batidas; imaginar os músculos,
as veias, artérias, o sangue em fluxo e refluxo... Sem nos esquecermos que para
o sábio imaginar é ver. E ir
adentrando cada vez mais... Mesclando com sono e adentrando... com o coração
tranquilo e seguindo... Lá nas profundezas do coração vamos ver as moléculas...
até chegarmos ao átomo.
Essa prática é bastante importante, e trás consigo vários
benefícios. Além de nos doutrinarmos para a concentração,
que é base para todas as demais práticas; com ela vamos também nos acostumando
a voltar a atenção para dentro de nós mesmos; bem como, faz com que despertemos
o chakra cardíaco, que é fundamental para a obtenção de êxito no Desdobramento
Astral e Jinas.
Voltando ao tema da energia mental,
diremos que o ego, ou melhor diremos, os egos ao se utilizarem de maneira
abusiva da energia mental, causam desequilíbrios no centro intelectual,
acabando por esgotá-lo. Esse, por sua vez, vendo-se sem energias, necessitando
se reequilibrar, rouba aos demais centros para poder trabalhar, vindo a roubar
principalmente a energia sexual, que é a energia mais rápida e refinada de
todas.
Quando nos auto-observamos,
evidenciamos que a mente tende a permanecer continuamente tagarelando e
fantasiando. Isso não deveria ser assim, pois tal complacência faz com que se
esgote a energia mental, bem como, devido ao mecanismo descrito no parágrafo
acima, que se promova o consumo de boa parte da energia sexual.
Contrariamente, o estado interior
apropriado, que urge ser conseguido pelos neófitos sinceros, é aquele que se
encontra muito próximo do silêncio interior, do aqui e agora, enfim, vendo tudo
e não julgando nada. olhos abertos,
mente calada e coração tranqüilo. Lembremo-nos sempre do título do
clássico livro da Mestra H. P. Blavatsk: A VOZ DO SILÊNCIO. Esta é a eloqüência
da Sabedoria...
A tagarelice interior, que a tudo julga,
que a tudo dá valor e que na grande maioria das vezes ocorre de maneira
subconsciente é o estado típico do ego no comando do nosso centro intelectual. Assim
é, devido à nossa inconsciência extrema e à costumeira licenciosidade para com
os nossos egos. Um observador atento se dará conta que os egos se manifestam
espontânea e livremente em seu interior, se utilizando constantemente, até o
esgotamento, da energia mental.
É desta maneira que os egos atuando no centro intelectual
de nossa máquina humana nos dão a conhecer, entre outras coisas, a inveja; os
planos do eu, com seus infinitos sonhos e desejos por realizar; fantasias das
mais diversas; pensamentos luxuriosos, gerando com isso a morbosidade; orgulho;
ideais e padrões de beleza de todas as espécies; conceitos e preconceitos; toda
a classe de gostos pessoais, etc., etc., etc.
C.E. CENTRO
EMOCIONAL (energia emocional)
O centro emocional produz a energia emocional e é sediado
em dois plexos: o solar e o cardíaco. Como sabemos, o ego é a deformação da
consciência; meros agregados psíquicos. Sem ele seríamos felizes de instante em
instante. Ele nos dá a conhecer, para nosso infortúnio, em forma de
característicos levantes espontâneos dentro de nossa alma, as emoções
negativas. É assim que o nosso ego nos induz a sermos apegados a tudo e a todos;
a sentirmos falsos sentimentos de amor; a odiarmos; a sentirmos rancores e
ressentimentos; apatias e simpatias; faz-nos apaixonados e sofrermos por amor;
invejosos; etc... o ego ainda nos dá a conhecer o medo; os gozos
personalíssimos; as vaidades; as alegrias mundanas maliciosas e até perversas,
etc...
Por
outro lado, Deus é AMOR. Qual de nós consegue viver unicamente habitado por
esse sentimento perfeito? Qual de nós conhece esse sentimento na íntegra?
O Plexo Solar, na altura do umbigo,
é o cérebro das emoções. É ali que, infelizmente, são gestados os eus. Por ser
um plexo que serve também como depósito de energias sexuais, da união desta energia
criadora com as emoções negativas o vulgo acaba por, sem perceber, em certas
ocasiões específicas, criar mais e mais eus-diabos. Porém, com o trabalho bem
executado dos três fatores de revolução da consciência este mecanismo cessará.
Desgraçadamente, as pessoas comuns e
correntes - que se identificam com tudo e com todos - bem como os neófitos que,
devido à fragilidade de seus trabalhos interiores, soem se esquecer
momentaneamente de si mesmos, ou seja, que abandonam momentaneamente o sabor trabalho e adentram ao modo sabor vida comum, passam ambos a sofrer
dos mesmos mecanismos de esgotamento que ocorre com a energia mental, devido ao
desequilíbrio causado pela atuação do ego (agregados psíquicos, sete pecados
capitais, demônios vermelhos de Seth) no dia-a-dia, o que faz, por outro lado,
com que esses egos se robusteçam. E é deste modo que o centro emocional também
se vê desprovido de energia e necessite roubar a outros para poder funcionar,
vindo a roubar em especial ao sexual, por se tratar de uma energia fina e
nobre.
Se bem desenvolvido, no entanto, o
plexo solar nos confere alguns poderes, dentre eles o poder da Telepatia.
Há duas coisas, entre outras, que
desgastam em demasia a energia emocional e, por conseguinte, devido ao
mecanismo anteriormente descrito, também a energia sexual. São elas o ataque de
ira e as explosões de alegria e tristeza.
Outro fator a se enumerar quando
falamos das emoções é a questão das paixões. As paixões, ainda que alguns achem
fundamentais e prazerosas, se mal administradas podem ser perigosíssimas para
qualquer ser humano. Na verdade o ato de se entregar completamente a elas é
muito danoso, pois além de nos induzir à fantasia, nos levam à inversão dos
pólos eletro-magnéticos; sem contar que fazem esgotar a energia emocional e a
sexual em pouco tempo. Que cada um se observe detidamente a si mesmos nestes
instantes, e vejam os valores mil, os desejos e fantasias sexuais, os exageros
emocionais, enfim os vários egos que nestes instantes nos assaltam em morboso
festim... Muito melhor será para nós, se aprendermos a amar de verdade, a
adorar Nossa Divina Mãe Kundalini e a vivermos com sabedoria; bem como dar um
sábio uso à tão preciosa energia sexual. Isso explicaremos em lições
posteriores: o como se transmuta a energia sexual, transformando o fogo sexual
bestial e os egos, em vontade consciência e amor, respectivamente, ocasião em
que despertaremos o Fogo Sagrado do Espírito Santo. Isso não quer dizer que não
devemos amar profundamente nossa esposa sacerdotisa e vice-versa. A Gnose se
baseia em duas colunas: AMOR e SABEDORIA.
Como vimos, o que nos urge é
eliminarmos de nosso interior o ego, com todas as suas emoções e pensamentos
negativos. Isso somente é possível em definitivo, através do trabalho com os três fatores de revolução da consciência.
O mecanismo de regularização da gestão das energias de cada
centro energético, passa inevitavelmente pela morte do eu psicológico. É o ego
quem desequilibra o funcionamento dos centros energéticos humanos e sua
eliminação fará com que cada centro passe a trabalhar com sua própria energia.
C.M. CENTRO MOTOR (energia motriz)
A energia motriz é a energia que nos possibilita movimentar
o corpo em todas as suas possibilidades e seu centro produtor está posicionado
na parte superior da coluna, precisamente na altura da laringe.
O que normalmente ocorre na gerência da tão maravilhosa
energia motriz que nos é dada generosamente pela natureza é que muitas vezes
sequer nos damos conta dos nossos movimentos. Tampouco, amiúde, nos damos conta
dos agentes desses movimentos subconscientes, trejeitos, etc., cujo sabor
psicológico característico captaríamos, se estivéssemos vigilantes a nós mesmos
como um vigia em tempos de guerra. Por isso nunca devemos nos esquecer de nós
mesmos: AUTO-OBSERVAÇÃO.
Aquele que permanece de instante em
instante de momento em momento em auto-observação, alerta, com a atenção plena
a si mesmo, percebe, mediante o sentido da auto-observação, o exato momento em
que um ego se levanta em seu interior e intenta, por exemplo, utilizar a
energia motriz para se manifestar, seja esse ego de vaidade, luxúria, medo,
etc.
O normal para aqueles que têm a
consciência adormecida é movimentarem-se mecanicamente, pois sonham enquanto
estão fazendo as coisas. Não estão concentrados naquilo que estão fazendo,
tampouco a si mesmos. Não têm a mente calada. Tampouco têm a consciência ativa.
Estão distantes do silêncio interior e por isso não se dão conta do que ocorre
dentro de si mesmos. Movem-se exageradamente; mantém posturas insuspeitadas e
insalubres; trejeitos; movimentos bruscos; hábitos mecânicos; etc...
Essa mecanicidade é o sintoma do desequilíbrio
no centro motor, que passa a operar muitas vezes com energias emprestadas aos
demais centros, inclusive ao sexual. Observem, cada um em si mesmos, o preciso
momento em que a energia sexual nos move involuntariamente, devido à atuação da
luxúria: uma passada de mão no cabelo; uma virada de pescoço; uma lambida
rápida nos lábio; etc... (OBS.: auto-observervem-se com o intuito de eliminarem
os seus próprios defeitos; não observem os movimentos dos demais com o intuito
de os julgarem, sem saberem, de fato, qual o gosto psicológico que atuou nele...)
O abuso no uso da energia de um
centro qualquer, seja o mental, o emocional, o motor, etc. faz com que ele se
esgote rapidamente, acarretando o desequilíbrio em toda a máquina. Vamos dar
apenas dois exemplos, para não mencionar outros tantos; quero me referir ao
excesso de estudos e ao excesso de exercícios físicos. Devemos ter uma vida equilibrada, isso todo o mundo o sabe.
Porém, o que a maior parte das pessoas não sabe é que o menor sinal de cansaço significa
que atingimos o início do esgotamento da energia daquele centro. É hora de
parar, para o bem de toda nossa máquina humana. O abuso faz com que o centro se
esgote e acabe por roubar aos demais centros pra poder trabalhar, e rouba a
todos os demais, sobretudo, ao centro sexual, por se tratar da melhor espécie
de energia que possuímos, conforme já mencionamos várias vezes neste tema.
Um último pormenor a respeito da
energia motriz é que ao gnóstico não convém criar muitos músculos, pois ele
estará deixando de utilizar sua tão preciosa energia sexual, que lhe é
indispensável para a criação dos corpos solares (passaporte para os mundos
superiores), para criar carne, que, como sabemos, vai para o panteão servir de
alimento aos gusanos. Entretanto, ter saúde e virilidade é essencial. Portanto,
nos exercitemos nas artes fantásticas do equilíbrio e da sabedoria.
C.Ins. CENTRO
INSTINTIVO (energia instintiva)
Os instintos em si, não são nem bons nem maus; tudo
dependerá se aí deixarmos penetrar a sabedoria ou não.
Por exemplo, o instinto de perseverar pode nos induzir à
gula e à preguiça. Por outro lado, ele em si é um instrumento maravilhoso da
Mãe Natureza. O que seria de nós se não houvesse a fome e a sede? O instinto
sexual, por exemplo, pode nos induzir à luxuria, mas sem ele nunca poderíamos
nos auto-realizar a fundo. O instinto de auto-preservação nos induz ao medo,
etc.
O centro instintivo é um centro
autônomo. Devemos compreendê-lo, dominá-lo e nos utilizarmos dele como a um bom
cachorro de guarda. O problema são os egos que normalmente tendem a se
agregarem à tão sábia energia. É aí que surgem a luxúria, a gula, o medo, etc.,
etc., etc. Há milhões de defeitos psicológicos que se agregam aos instintos.
Somente uma observação judiciosa de nós mesmo será capaz de trazê-los à
luz.
Os
instintos devem sempre estar à mercê de nossa vontade-consciência.
Ou seja, nunca devemos nos deixar
dominar por eles.
É interessante, que nestes
instantes, nos reportemos ao tema ‘A transformação das Impressões‘. Essa
técnica psicológica é uma arma poderosa para não nos deixarmos escravizar pelos
eus em geral. Como veremos, a técnica da Transformação das Impressões, à grosso
modo, pode ser resumidamente explicado assim: ao sentirmos que o eu da luxúria
nos ataca quando vemos uma atrativa pessoa do sexo oposto na rua, passemos a
imagina-la velha, feia ou cadáver. Quando vemos um prato delicioso,
imagina-mo-lo cinzas ou minhocas. Etc. As transformações das impressões
acontecem quando colocamos a imagem oposta àquela geradora de reações egoicas
em nosso interior. Nestas circunstâncias a mente percebe a ilusão primeira e
passe buscar a verdade sobre a coisa. Isso faz com que o defeito pare de atuar
e, consequentemente, deixe de se robustecer.
É interessante salientar, como nota,
que somente um sábio, daqueles que já têm os instrumentos corretos para
trabalhar contra a gula pode fazer jejum. Caso contrário a fome somente
serviria para engordar o ego da gula do despreparado; pois fatalmente
imaginaria coisas, teorizaria coisas, etc.
C.S. CENTRO
SEXUAL (energia sexual)
O centro sexual vendo-se saqueado pelos demais centros fica
esgotado e tem que roubar aos demais centros para trabalhar.
Assim, o centro sexual normalmente trabalha com energias
mais pesadas da que deveria trabalhar. A energia sexual, ou criadora, é a mais
pura e refinada da nossa máquina humana. Ela é poderosa, rápida e ativa.
A luxúria é a mãe de todos os defeitos,
Foi justamente devido à luxúria que passamos a derramar a
entidade do sêmem. Com isso criamos os nossos primeiros defeitos psicológicos.
A luxúria é o ego mais forte, portanto, de todos os que nos habitam e contra o
qual vamos seguir lutando contra até as portas do Céu; ocasião em que, aí sim,
teremos reduzido a cinzas todos os eus de luxúria que hoje nos infestam aos
milhões e milhões.
Diz-se que a luxúria é percebida na mente como um ideal, no
coração como se amor fosse, mas nos órgãos sexual sentimos uma morbosidade inconfundível.
A energia sexual é, não obstante, a matéria prima com que
trabalhamos no segundo fator de revolução da consciência, ou seja, o nascer. Mas para isso é necessário que
o centro sexual trabalhe unicamente com a energia sexual, pois é preciso que ela
esteja pura. Esse é o FOGO SAGRADO.
A Pureza da energia sexual não é possível enquanto não
equilibremos toda nossa máquina humana, pois conforme vimos acima uns centros
roubam aos outros e todos roubam ao sexual. O ego é a causa de todo esse
desequilíbrio. Cada centro deve
trabalhar com sua própria energia. Os outros dois fatores de revolução
da consciência são indispensáveis para que equilibremos nossa máquina. Assim, a
auto-observação seguida de morte
em marcha, juntamente com o sacrifício
pela humanidade são fundamentais para que consigamos dar um sábio uso à
energia sexual.
Os dois centros superiores são:
MENTAL SUPERIOR
EMOCIONAL SUPERIOR
Por
enquanto esses dois centros superiores estão ATROFIADOS nos humanóides comuns.
Devido ao aprisionamento promovido pelo ego, a Essência não tem condições de se
ligar a eles.
O centro
emocional superior está ligado aos grandes sentimentos inefáveis. Vislumbramos
esses sentimentos superiores quando apreciamos as grandes obras da Arte Régia,
como uma sinfonia de Beethoven, ou uma pintura de Da Vinci...
O centro
emocional superior é o centro da Intuição.
O centro
mental superior é a mente da Verdade. Esses dois centros existirão em nós
quando tivermos criado nossos corpos mental e astral solares, ocasião em que
eles começarão a se desenvolver.
Faltou
dizer neste tema algo acerca da alimentação. Como sabemos o alimento não é
somente a parte física. Ele também tem sua parte vital, astral etc. Por isso é
muito importante comermos harmoniosamente e com a máxima consciência. Devemos
escolher sempre os alimentos mais saudáveis possíveis e comermos a quantidade
adequada.
Os
alimentos ingeridos se transformam nas energias que vão suprir os cinco
centros.
O
interessante de se observar é que transmutamos na alquimia apenas o excedente
de energia sexual. Se nos alimentamos mal ou meramente de maneira instintiva,
pouca energia sexual vamos fabricar, até mesmo de baixa qualidade. Por outro
lado se mal gastamos nossas energias sexuais, também não nos sobrará excedente
nenhum com que trabalhar na alquimia.
Por outro
lado “nem só de pão vive o homem”.
Queremos dizer aqui que há outros tipos de energia indispensáveis para o bom
funcionamento da máquina humano, bem como para a transmutação sexual. Somente
para mencionar duas delas, enumeraremos a energia solar e as energias cósmicas.
Para
completar o entendimento deste assunto, interessante seria que o neófito
estudasse o tema nº 5 da fase B - O Equilíbrio dos Centros e a Fabricação dos
Mercúrios.
Recapitulando:
- Possuímos sete centros energéticos. Dois superiores e
cinco inferiores.
- Os cinco centros inferiores são: - intelectual
- emocional
- motor
- instintivo
- sexual
- A atuação dos egos fazem com que os centros se esgotem e
tenham que roubar a outros para trabalhar;
- Os centros roubam uns aos outros e todos ao sexual, por
ser a energia mais rápida, pura e ativa que possuímos;
- Para conseguir funcionar o centro sexual esgotado tem que
roubar aos demais e por isso costumeiramente se carrega com energias mais
pesadas;
- Para se trabalhar na alquimia é necessário que o centro
sexual consiga trabalhar apenas com suas próprias energias;
- A morte em marcha e o sacrifício pela humanidade são os meios
para equilibrarmos nossos centros energéticos, fazendo com que cada um trabalhe
com sua própria energia e, deste modo, que o centro sexual consiga armazenar o
excedente necessário para se iniciar a transmutação sexual;
- Os centros superiores são: - mental superior
- emocional superior
- Os centros superiores estão desconectados em nós devido ao
aprisionamento do ego.
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