Como bem se devem lembrar, pois explicamos em lições precedentes, quando os três por cento de Essência livre, que cada qual mais ou menos possui, chega a se livrar do ego e da mente nos momentos de sono e entra consciente na Sexta Dimensão, essa pequena porcentagem vem a despertar. O despertar total da consciência é, não obstante, um processo gradativo e só depende do esforço constante para se ir fazendo perceber. MEDITAI todos os dias, portanto. Eliminai até a raiz de vossos defeitos psicológicos.
O despertar também se observa por dimensões. Hoje quase toda a humanidade não está desperta nem no mundo físico. Assim, passemos a despertar primeiro no mundo físico, depois no vital, astral, mental até chegarmos ao intuicional e búdico, já na sexta dimensão, que é o mundo da consciência. Porém o processo do despertar não termina aí. Depois de despertos na sexta dimensão, só nos restará despertar no mundo do Ìntimo, a sétima dimensão, o Mundo de Deus. É interessante notar uma curiosidade importante: aquele que desperta no mundo astral, por exemplo, passa a realizar o desdobramento astral com total naturalidade todas as noites. E assim por diante. É absolutamente possível que despertemos os três por cento de Essência Livre que cada um de nós mais ou menos possui, até a sexta dimensão, mediante o esforço individual.
Com o simples esforço diário de se conseguir com que a Essência seja a dona de nossos processos interiores, ou, em outras palavras, quando tentamos durante o decorrer do dia inteiro transferir o nosso centro de gravidade da personalidade (C.G.) para a Essência (C.G.P.), obteremos já inúmeras vantagens. Fica muito mais fácil, por exemplo, quando chega a noite, de se conseguir o êxito nas práticas de desdobramento astral e de Meditação, pois a mente já estará doutrinada. Outra vantagem é a de nos levar a morrermos em nós mesmos muito mais rápido, o que nos proporcionará o equilíbrio dos cinco centros da máquina humana, que por sua vez nos posicionará a um passo do despertar da Kundalini. Claro está que se passarmos o dia todo sonhando, quando chegar o momento de nos dedicar às práticas noturnas, será impossível de se reverter essa tendência onírica, assim porque sim. Mas, ao contrário, se estivermos já bem desenvoltos em nos esforçarmos constantemente para despertar a consciência durante o dia, quando chegar a noite, tudo ficará mais fácil, pois meio caminho já estará trilhado. Isso dá ensejo, como dissemos, para o êxito no desdobramento astral e na Meditação. Assim, se explica porquê em lições precedentes dissemos que o êxito no desdobramento astral é um termômetro das práticas diárias, referindo-nos, sobretudo, à morte do eu e à conquista do C.G.P..
Aliás, aproveitaremos para salientar mais uma vez que o DESDOBRAMENTO ASTRAL é uma tarefa que se exige resultado do neófito o quanto antes, pois a verdadeira Gnose está no mundo astral. Assim, ao se conseguir o desdobramento astral, ore ao seu Pai Interno para que o leve à Santa Igreja Gnóstica da Loja Branca. E ele assim, o levará, se méritos tivermos. Caso não tenhamos méritos para adentrar à Santa Igreja Gnóstica da Loja Branca, procuremos consegui-los com os Três Fatores de Revolução da Consciência.
É claro que a morte do eu psicológico é a base fundamental desse processo do despertar da consciência. São os Eus quem intentam puxar todo o nosso interior para a fascinação, para a mecanicidade, para a passividade, para a identificação com as coisas da vida diária. Os eus são as causas dos nossos tropeços, de nossos erros, de nossos desejos, que por sua vez, são as causas do sofrimento. O eu é pura desordem e indisciplina. Etc.
"a verdade e a autêntica felicidade estão mais além do bem e do mal; do corpo, dos afetos e da mente".
A Essência por si só é feliz e quando unida com Deus é plena do gozo inefável do primeiro instante, o Fiat Lux. A morte do eu psicológico libera a essência. A Meditação desperta a consciência. A magia sexual une a Alma com Deus.
O trabalho com a eliminação dos detalhes - a Mote em Marcha - é, portanto, fundamental para que ampliemos a nossa consciência e diminuamos a força destes incontáveis elementos subjetivos que intentam tirar o C.G. da Essência.
Não é tarefa fácil tentar aqui explicar o que é a consciência, sobretudo em palavras. A consciência é luz que as trevas não vêem... A consciência é mais ou menos fácil de ser percebida, caso falemos assim: quando dizemos que um lutador de box cai na lona desmaiado, dizemos que ele perdeu a consciência; quando ele acorda, dizemos que recobrou a consciência, até aqui tudo bem, não é? Mas, quando dizemos que por um ato meu alguma pessoa se prejudicou, vocês entenderiam se eu dissesse que foi por falta de consciência da minha parte? Claro! Pois aí estão os eus atuando... se atuei errado foi por que naquele exato momento algum eu se apoderava de meus centros da máquina humana... bem como, foi por que não tive a percepção de ver a verdade do fato e nem mensurar suas conseqüências posteriores, pois estava adormecido... seria, deste modo, culpado por inconsciência, negligência, inclusive por ignorância de não ter ainda descoberto em mim mesmo esses tais eus, defeitos psicológicos, bem como de não ter os sentidos físicos ou extrasensoriais, tais quais a intuição, que nos põe em contato direto com Deus, o bastante desenvolvidos, em virtude do engarrafamento que o eu promove na consciência; tampouco, em virtude dos eus, seria ainda culpado por não ter a mente o bastante serena e passiva para poder refletir serenamente, vislumbrando a verdade e sendo guiada pelo amor, qualidade primeira da alma, antes de tomar qualquer atitude... (calma! Isso não quer dizer que a Lei Divina julgue as pessoas como eu me julguei acima...)
A consciência é o silêncio que a tudo penetra, cuja sede é o coração tranquilo. Em gnose, por se tratar do estudo de coisas primordialmente interiores, a maioria dos temas acabará com esta definição: enfim, a consciência somente poderá ser compreendida através de vivência íntima direta.
Enfim, Consciência é a própria Divina Mãe Kundalini, a Deusa Mãe, o Amor incondicional real aqui e agora.
Estivemos falando em teorias até agora. Vamos às práticas.
A chave SOL nada mais é do que o poder de estarmos aqui e agora conscientes de quem somos, de que estamos fazendo e onde estamos; tudo isso em completo silêncio interior. Observem que é bastante distinto o raciocinar em estar aqui e agora, da simples vivência de percebermos que estamos aqui e agora. Quanto a isso o mestre Rabolu nos dá um bom conselho, em um dos seus livros, sobre o potencial de mecanização que esta prática tem. É muito fácil para uma pessoa sonhar enquanto esteja falando consigo mesma: Sujeito... Objeto... Lugar... Este simples fato já se torna algo mental; uma tagarelice interior. Contudo, o que se almeja realmente com essa prática é tornar possível a auto-observação de nós mesmo. Assim, o sujeito (o S da chave SOL) é a consciência que a tudo silenciosamente penetra e não o eu, tampouco a mente; o OBJETO e o LUGAR nada mais são do que a concentração no que se está fazendo, Aqui e Agora. A chave SOL para ser melhor entendida e colocada em prática com sucesso deve ser complementada, ou melhor, deve ser dita de outra maneira. Troquemos, pois, o S, pela frase “RECORDAÇÃO DE NÓS MESMO”. E, é claro, sem nos esquecermos jamais que, neste caso, nós somos a consciência. Troquemos, consecutivamente, o O e o L, pela “CONCENTRAÇÃO NO QUE ESTIVERMOS FAZENDO AQUI E AGORA”.
A GNOSE É A CIÊNCIA DA MOMENTANEIDADE. Estarmos aqui e agora é nosso dever.
Deste modo, acrescentaremos que estar concentrado em algo É TER OS CINCO SENTIDOS E A MENTE no objeto, DE MANEIRA NATURAL, OU SEJA, COM O CORAÇÃO TRANQUILO, cônscios dos objetivos com que o fazemos. Ou seja, é a consciência quem deve, também, tomar conta deste processo do que fazemos e por que fazemos, controlando a mente (calando a mente) na base da vontade, extraindo-lhe seus frutos de ouro, ou seja a imaginação (Visão) e a compreensão; assim, em outras palavras diremos que tudo obedece ao coração tranqüilo - sempre! Isso tudo sem nos esquecermos, de maneira nenhuma, pois esta é a parte mais importante, da auto-observação de nós mesmos, principalmente nos três principais centros de nossa máquina humana. Tudo ao mesmo tempo agora! Parece difícil? Mas, se formos colocando as coisas em prática, conforme vos ensino, aparecerá como por encanto o estado interior correto, com o qual é possível percebermos o eu em plena atuação, momento em que teremos a oportunidade de eliminá-lo e assim ganharmos mais consciência.
Deste modo, é a alma silenciosa que empunhando a vontade, chega a controlar os poderes maravilhosos da mente e retorna ao coração, ciente de tudo.
Para que a alma desperte é necessário que meditemos muito, todos os dias. Isso do despertar a consciência é algo cem por cento prático. Ninguém despertará por teorias. Somente desperta e conhece o sabor psicológico da consciência desperta aquele que a despertou.
Vontade e coração tranqüilo em plena harmonia é igual a silêncio. AQUI E AGORA.
A DIVISA DA GNOSE É TELEMA, VONTADE. É necessário muito esforço para conseguirmos qualquer avanço nestas práticas esotéricas. TENACIDADE E PACIÊNCIA são as primeiras qualidades a serem exigidas de qualquer iniciando.
Chegando ao final deste tema, retomaremos algo que em algum lugar deste curso já dissemos. Queremos mencionar aquela advertência para não confundirmos as duas escolas, Ação e Visão. Mencionamos inclusive que Escolas de Ação são aquelas que dão ênfase ao trabalho com o despertar da consciência. Já Escolas de Visão são as que dão ênfase à morte do mim mesmo. Em suma uma toca nosso íntimo com as forças superiores e a outra com as forças inferiores de nosso ser. São, portanto, aparentemente, estas duas escolas opostas, mas, no entanto, devem se complementar harmoniosamente dentro de nós mesmos aqui e agora. De maneira que os dois trabalhos, conforme mencionei mais acima, o da concentração naquilo que estamos fazendo e a auto-observação seguida de morte em marcha, ainda que sejam opostos, devem se harmonizar durante o dia.
Para ampliar um pouco mais nossos estudos, diremos que dentro de nós há duas forças básicas: uma ativa e outra passiva. Uma solar e outra lunar. Uma quente e outra fria. Deus Pai e Deusa Mãe. Uma que faz contrair a outra relaxar. Sabedoria e Amor. Opostas, enfim, porém cem por cento complementares. A cruz maravilhosa do cristianismo, bem como a cruz maia, a egípcia, etc, simbolizam esse cruzamento, essa harmonização. Assim, imaginação e vontade devem se harmonizar para o despertar da consciência. Auto-observação seguida de morte-em-marcha e o esforço para o despertar da consciência devem se harmonizar perfeitamente dentro de nós mesmos, para um correto desenvolvimento do nosso Ser.
O mestre Rabolu dá uma dica fundamental a respeito disso. Diz ele que se a pessoa segue durante o dia se concentrando no eu que vai matar, pode se desconcentrar daquilo que está fazendo e pode cometer erros, pois acaba por se identificar com um destes eus. Deixa-nos a dica de que a morte deve ser rápida e certeira, pois o ego vai morrendo por níveis, ou seja, ainda que não o compreendamos ao todo, ele vai perdendo forças e sendo eliminado harmoniosamente de acordo com o nosso despertar da consciência. Desta maneira, o que se observa na prática é que o processo do despertar a consciência faz com que os egos se tornem aparentes, sendo, assim, facilmente captados pelo sentido da auto-observação. Basta não esquecermos jamais de auto-observarmos aos nossos três centros. Ao ego que apareça pediremos a sua morte instantânea e, logo, seguimos buscando a perfeita concentração naquilo que estivermos fazendo, sem nos esquecermos nunca de que nós somos a alma, a essência, a consciência, cuja sede é o coração tranqüilo e a mente passiva. Neste momento convém recordarmos do tema anteriormente aqui ministrado, de suma importância, o qual é conveniente ser reestudado: ESTADOS E EVENTOS.
É, pois, a Essência quem observa os eus em atuação e o capta através do seu sentido de auto-observação. Não obstante, vontade, imaginação, observação, tudo parte também do coração tranqüilo aqui e agora, que é a mesma Essência, Consciência. Desta maneira estaremos durante todo o dia realizando dois trabalhos: morrendo em nós mesmos e despertando a consciência.
De fato, este tema do despertar da consciência parece bastante incompreensível e até confuso para o intelecto, mas, quando levamos a sério esta prática, bem como as demais que os Mestres nos ensinam e as realizamos, a vivência íntima fará com que a compreensão venha a se acercar de nós pouco a pouco.
Boas práticas!